23 junho, 2006

Catástrofe, destruição, fumaça, correria, caos.
Parece que tudo que construí está desabando diante de meus olhos. Tudo aquilo que pensava ter pra sempre se desfez, nada mais existe. Acho que sempre previ que tudo fosse ruir; estou calma. Vejo tudo desmoronando e não consigo sentir medo, angústia. Não sinto nada. Alívio? Acho que sim, em partes. Pouco posso fazer. Vejo os destroços pelo chão e tento encontrar algo para levar comigo. Qualquer objeto que represente o que agora não passa de cacos espalhados por todo lugar.
Fica cada vez mais complicado caminhar. A fumaça dificulta minha respiração e a poeira me impede de ver além. Enquanto tento encontrar um local seguro, penso em como tudo parecia ser perfeito antes. Lembro de sorrisos, gestos, sonhos, promessas. Nem o som ensurdecedor de tudo desmoronando e o cheiro insuportável de querosene faz com que eu esqueça das cores, da música, do perfume de outrora.
Ouço mais uma explosão e percebo que ainda estou correndo perigo. Sei que posso ser atingida a qualquer momento por um destroço. Começo a sentir medo. Me abaixo com o intuito de me proteger de possíveis pedras que "voam" por todos os lados e ao encarar o chão encontro uma fotografia envelhecida. Reconheço aquelas pessoas, relembro aquele momento então retratado. Senti uma enorme culpa... "por que abandonei tudo que acreditava ser importante? Por que calei?" Não cansava de me questionar. Lágrimas. O que fazer? Ainda poderia acreditar num recomeço? O erro foi só meu afinal? Guardo a fotografia no bolso mesmo sabendo que olhar para ela só me causa dor.
Estou sentada no chão. Olho em volta e pouco a pouco reconheço outros objetos: encartes, cadernos, livros, muitas páginas soltas. Silêncio. De repente nada mais acontece. Percebo que a fumaça se dissipa e que o ar fica cada vez mais leve. Fico angustiada, a certeza de que tudo acabou me desespera. Porém, pensar no final faz com que de repente eu não sinta mais nada. Estou vazia. Guardo no bolso uma fotografia que representa uma realidade distante. Não tenho o que esperar, não faço planos. Vejo que tudo foi destruído, sei que nada posso fazer além de procurar um lugar seguro. Sinto medo. De que tudo que penso estar destruído não tenha sido real.
Recomeço a caminhar então. Percebo que ao longe algumas pessoas esperam por mim. Estou distante mas consigo reconhecer alguns rostos, algumas vozes. Olho para trás e vejo aquelas ruínas, procuro por alguém em vão. Tiro a fotografia do bolso outra vez e me perco por um instante naquelas lembranças.
Finalmente percebo que não vale a pena tentar encontrar vida naqueles escombros, afinal guardo no bolso o melhor daqueles dias. Ao caminhar o medo vai sendo substituído por uma doce saudade, que me faz sentir vontade de seguir em frente.
Preciso apressar o passo. A vida espera por mim.

01 junho, 2006

Pode clicar na imagem, eu deixo!


E depois digo por aí que não sei dançar!
Tsc tsc...
Esse post sem sentido tem sim uma justificativa: são quase 4:00 da manhã, somos loucas e nos divertimos com qualquer coisa oras!
Percebam o quão bela é a janelinha da nossa conversa! Sim, o desenho é dela. Muito talentosa, não?! Caramello, eu já disse que te amo?!
^^
Acho que brevemente terei novidades, aguardem. Por enquanto deixo todos na expectativa mesmo, afinal não tenho muito o que fazer. Só não tentem me deixar curiosa, isso me estressa muito, ok?!
Eu não esqueci que tenho um blog, mas me falta inspiração como podem perceber...