24 abril, 2006

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Pois metade de mim é o que eu grito, a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que triste.
Que a mulher [pessoa*] que amo seja pra sempre amada, mesmo que distante.
Pois metade de mim é partida, a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Pois metade de mim é o que ouço, a outra metade é o que calo.
Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e paz que mereço.
Que a tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso, a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso que me lembro ter dado na infância.
Pois metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito e que o seu silêncio me fale cada vez mais.
Pois metade de mim é abrigo a outra metade é cansaço.
Que a arte me aponte uma resposta mesmo que ela mesma não saiba e que ninguém a tente complicar. Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer.
Pois metade de mim é platéia a outra metade é canção.
Que a minha loucura seja perdoada.
Pois metade de mim é amor.
E a outra metade também".
Belas palavras, não?! Infelizmente não são minhas, mas falam por mim.
Oswaldo Montenegro - Metade.

22 abril, 2006

Isso é coisa de Seu Sasá!

Sábado à tarde, aziada, sem nenhum plano pro resto do dia, resolvemos eu e meu amigo Capeta ir lanchar no Big Gago. Fiquei toda feliz e saltitante, pensando numa forma "menos complicada" de chegar lá.
Marcamos às 17:00, me arrumei a tempo e liguei pro meu pai comediante na esperança de conseguir uma carona. Ele concordou em me levar lá com uma rapidez que logo entendi que algo errado teria que acontecer.
Esperei cinco minutos, dez, vinte...nada do engraçadinho aparecer. Não pensei duas vezes, decidi ir andando antes que ficasse muito tarde. Peguei minhas coisas e saí de casa quase correndo, afinal o relógio já marcava 16:45.
De onde eu moro até a lanchonete onde o Senhor das Trevas me esperaria, levo no máximo uns 15 minutos de carro, talvez até menos, não tenho muita noção. Saí de casa dez minutos antes do horário marcado, com a intenção de chegar a tempo só que com um pequeno detalhe: iria à pé.
Atrás do meu "condomínio" tem um atalho até onde poderia pegar um super ônibus e chegar lá muito rápido. Mas tem um porém, o caminho é lama pura! Mas a pressa me fez perder um pouco o juízo e decidi ir mesmo assim.
E lá foi Flavita, pelo atalho toda contente, quando no meio do caminho se revela uma lagoa de lama. Olhei, pensei mil vezes em voltar e disse pra mim mesma : "não dá, vou voltar". Daí aparece uma enviada dos infernos e diz "dá sim, eu vou!". Quando virei, vi uma mulher indo em direção aimensa lagoa de lama, tentando encontrar terra firme em meio aquela água barrenta. Então no mesmo instante, pensei "se ela pode, eu também posso!" e fui tentando não cair de cara naquela sujeira toda.
Já quase pelo meio do caminho, sentindo o coração vibrar de felicidade e principalmente limpa,
a mulher escorrega e tenta se segurar em mim. Sim, aconteceu isso! Me sujei TODA daquela lama. Fiquei louca, esculhambei a pobre mulher. Ela se sujou beem mais que eu, mas não interessa! Eu já estava mais uns 15 minutos atrasada, podia sentir o ódio do Capeta em pessoa ali perto de mim.
Voltei pra casa correndo igual a uma pescadora de carangueijo, puta da vida e atrasada. Tentei me limpar de maneira ágil e rápida, mas não obtive muito sucesso. Saí de casa correndo, outra vez e com o relógio marcando 17:30.
Fui então por outro caminho, bem mais longo, muito mais para ser exata. Fui imaginando que ele nunca acreditaria nessa história, típica das coisas loucas que só acontecem comigo e tendo certeza que ele desejaria que eu queimasse eternamente no fogo dos infernos.
No caminho, lembrei que tinha um cartão telefônico [afinal, quem precisa de créditos no celular né?] e decidi ligar pro Capeta. Parei num orelhão e adivinhem!? Ele engoliu o meu cartão novinho!!! Fiquei muito, mas muito puta da vida.
Resultado: cheguei no Big Gago suada, cansada, morta de fome e atrasada³, às 18:15 aproximadamente. E o que o Capeta fez?! Sorriu e disse que estava tudo bem!
E ainda dizem por aí que ele é um cara ruim, né!? O Capeta é um super amigo e muito compreensivo! Lanchamos, conversamos e já marcamos uma volta por lá qualquer dia desses.
Claro que eu vou chegar uma hora antes e ficar plantada!
^^
Pensando bem, acho que isso tudo foi um tipo de "provação". Afinal, o Capeta precisa ter certeza que esta cercado de alguém que enfrentaria qualquer obstáculo para comer um hamburguer com ele num sábado à tarde.

Lá por volta das 20:30 meu pai me liga pra me avisar que esqueceu do nosso combinado...
É uma gracinha esse homem, não?!
[duvido que alguem leia isso tudo aqui! >.<]

20 abril, 2006

Família é um troço estranho mesmo, viu?! Principalmente no meu caso, filha de pais separados. Se encarar uma família já é complicado, imaginem ter que dividir a atenção, digo paciência, entre os parentes por parte de mãe e os por parte de pai. No meu caso, os parentes paternos são os que mais me dão trabalho. Ê família pra ter problemas viu?! É um tio que num dia ta aqui te fazendo mil elogios e no outro ta acabando contigo como se fosse o dono da razão, uma tia ex hippie que acha que todo mundo é culpado por ela não ter arrumado um emprego [só pra frisar, ela é ex hippie!!!], e por aí vai.
Nessas horas eu sinceramente me pergunto a finalidade de estar cercado de parentes. Pra mim, família deveria se resumir à pessoas que dividem o mesmo teto, que participam das despesas da casa, que sabem conviver entre si. Não estou falando do modelo tradicional de família - pai, mãe e filhos. Mas sim de pessoas que de alguma forma, conseguem estar juntas na maior parte do tempo.
Durante dois anos morei sozinha com minha irmã e com uma amiga. Dividíamos as despesas, as tarefas de casa, discutíamos às vezes mas nada que um brigadeiro e um filme não pudessem resolver. Enfim, éramos sim uma família “completa”, e nos considerávamos dessa forma.
Agora morando com meu pai e convivendo com a “galera” dele como nunca, percebo que definitivamente muito parentesco e pouco respeito são a desgraça da vida de qualquer pessoa. Não se pode ter liberdade de comprar um cd sem que pelo menos um ser apareça pra perguntar o preço [eu gostaria imensamente de estar exagerando].
A comunicação entre eles é algo que deveria ser estudado cientificamente. Tenho certeza que todos sabem dos fatos antes mesmo deles acontecerem. E se tem uma coisa no mundo que eu definitivamente odeio é me sentir obrigada a repassar um relatório de tudo que eu faço. Daí o motivo do meu stress... E eu que achava que tinha problemas tendo que escolher com qual dos pais passar os finais de semana e feriados, onde almoçar no natal e ano novo, pra qual dos pais pedir dinheiro...
Como se não bastasse ter que me acostumar a morar com um pai comediante, uma madrasta e uma super irmã de dez anos de idade, ainda tenho que aprender a lidar com todos os milhões de tios, primos, avós e afins.
É por isso que eu tenho planos de ir morar bem longe e só aparecer nas férias. Assim todos ficam com saudade e não tem tempo de discutir por coisa alguma. E melhor, cada um pode viver onde, com quem e da forma que quiser.

É, hoje o dia não foi dos mais fáceis.
Mas o que importa é que eu vi outra vez o último episódio de Dawson’s Creek e chorei de novo. Sou uma viada mesmo...
Aliás, alguém mais assistiu?!

19 abril, 2006

Alguns minutos atrás no msn com Karina:




Famoso "entendeu ou quer que eu desenhe?".

Boa Kaká!
>.<

[O sentido desse post? Sei lá..Nunca me chamem de Luciana, ok?! Pronto, pode ser isso!]

Título?! Ah, pra que?!

Lá estava eu durante a aula de Teoria, cansada de ouvir sobre o Método de Durkheim quando comecei a pensar em tudo que já tinha feito naquela faculdade. Tantas festas, bagunças, aulas trocadas por uma partida de sinuca no “seu Vitó”, reuniões na casa da galera onde geralmente fazíamos qualquer coisa menos estudar a matéria. Foi quando percebi que sentia falta da minha turma.
Como sabem, estou “sem período”, ou seja, estudo em mil turmas ao mesmo tempo e odeio todas elas. Ok, a minha não era nenhuma coca-cola: tinha o grupo das crentes e esnobes, das cdfs antipáticas e vivíamos sempre nos desentendendo. Mas o meu era sem dúvida o melhor. Nos divertíamos [muito], mas também estudávamos – na véspera, mas estudávamos!
Serviço Social é um curso onde 99,9% dos alunos são do sexo feminino, sendo que a porcentagem restante é de masculinidade duvidosa, ou seja, uma merda. Eu particularmente prefiro conviver com homens, mulher é muito “aziado”, fofoca eterna... Sofri muito em pensar nisso quando passei no vestibular, mas depois da primeira semana convivendo com Silvia, Mirela, Thays e Nathalia vi que poderia sim ser divertido.
Tantas, mas tantas histórias! Algumas certamente eu não devo contar aqui. Saudades de Sil que vivia enrolando Deus e o mundo, dos cortes de Milla – o dicionário ambulante, dos ataques de riso com Nath e das conversas sobre sexo com Tha, geralmente por bilhetes que eram rasgados depois, claro.
É, to meio nostálgica. Mas é tão estranho assistir aulas em turmas onde todo mundo ainda esta apaixonado pela “Questão Social” e nunca almoçou no Bambu. Muito entediante sem minha nem sempre querida turma. Ainda bem que sou uma pessoa legal e conheço muita gente de outros cursos (modéstia?). Do contrário já teria desistido dessa minha vida universitária.
Porque estudar é importante, mas estar numa federal e não ter histórias pra contar é sacanagem.
Falando em sacanagem, tenho mil textos pra xerocar e claro, estudar até o final da semana..
Mas e aí, vamo pro Revivas na sexta?!
Saudades meninas! Amo-as.

17 abril, 2006

Letras.
Nada além de símbolos.
Aqui juntas,
apenas o rascunho de uma vida.