28 maio, 2009

Já passou do ponto


Toda a loucura, culpa, mágoa, rancor. Está tudo em excesso, transbordou, ultrapassou todos os limites suportáveis. Até a saudade dos bons tempos e a alegria das fotos estampadas pelo quarto me cansam. Não consigo ver nada além dessa parede sem cor, pálida, em branco. Perdida no tempo e no espaço, sem saber direito onde e quando tudo se perdeu.

Mas chega de suposições, justificativas e remorso. Está feito. É hora de assumir minha condição de humana ao errar. Compreender que o ‘sem volta’ existe, independente da nossa vã vontade. Chorar? Sim, e muito. Mas até esse sentimentalismo todo já beira o ridículo, basta. Chega dessa busca por uma atitude heróica, que traga de volta o valor do que agora já não faz o menor sentido.

25 maio, 2009

I was wasting my time
Looking for love
Someone must look at me
and see there's someone of their dreams
I was wasting my time
Praying for love
For the love that never comes from
Someone who does not exist
[...]
So yes, there are things worse in life than
Never being someone's sweetie
That's how people grow up
[...]
As for me I'm ok
For now anyway

Morrissey me entenderia, fato.

02 maio, 2009


Cultura nerd sempre dominando o espaço por aqui, não? Ultimamente minha vida gira em torno da produção de uma tal "monstrografia", e a identificação com essas tirinhas foi quase que imediata. Quem estiver na faculdade, entre teses, resenhas, fórmulas e projetos certamente vai gostar também.
Se quiser dar uma conferida, aí vai o link: Piled, Higher & Deeper - a grad student comic strip

22 abril, 2009

Mia: Don't you hate that?

Vincent: What?

Mia: Uncomfortable silences. Why do we feel it's necessary to yak about bullshit in order to be comfortable?

Vincent: I don't know. That's a good question.

Mia: That's when you know you've found somebody special. When you can just shut the fuck up for a minute and comfortably enjoy the silence.

Pulp Fiction

15 abril, 2009



infuckingcredible!

29 março, 2009

[...]
Well you didn't wake up this morning, 'cause you didn't go to bed,

you were watching the whites of your eyes turn red.
The calendar on your wall, is ticking the days off,
You've been reading some old letters,
you smile and think how much you've changed,
all the money in the world couldn't buy back those days.

You pull back the curtains and the sun burns into your eyes,
you watch a plane flying, across the clear blue sky.

This is the day, your life will surely change,
This is the day, when things fall into place.


You could've done anything, if you'd wanted,
and all your friends and family think that your lucky.
But the side of you they'll never see,
Is when you're left alone with the memories,
that hold your life, together like glue.
[...]

[The The - This is the day]

Tan tan tan tun tá.

09 março, 2009

Cansei.

Era só isso que eu precisava dizer.

04 março, 2009

Muro de lamentações


Perdi o mp3 player, orientadora sumiu do mapa, uma gripe não sai do meu pé, meu cachorro tem pulgas, a TV pifou, tem sapos lá fora, conta bancária zerada, peguei o ônibus errado, meu PC tem vida própria, nunca tenho bônus no celular, acabou o queijo, esqueceram o meu Nescau, o DVD quebrou, vendi o ingresso, perdi o rebolado, o prazo expirou, meu cabelo me odeia, perdi as chaves, não tenho emprego.

Te vi passar de mochila, óculos e devaneios. Você atravessou a rua apressado, como de costume. Arrumou os cabelos e seguiu em frente sem notar nada ao seu redor.

[...]

Sinto sua falta.

21 janeiro, 2009

Porque os tempos são outros e clamam por exposição. Afinal não é todo dia que se acorda com a sensação de que algo realmente diferente está por vir e essa certeza não causa um espanto extremo.
Existe muita coisa por trás do relógio no pulso e o bloco de recados sempre por perto. Não se pode mais perder um minuto sequer, um detalhe, uma afirmação avulsa, nada. Ainda há muito tempo e isso conforta, mas não paremos de correr. Sempre com muita pressa, pra não fugir tanto dos princípios.
Ouvir, absorver, com calma. Sem pré-julgamentos, pré-conceitos, pré-certezas. Você não sabe de nada, mocinha. De nada, absolutamente nada, eu diria. Aquele sorriso não é seu, nem. Não existem sinais.
Existem metas concretas, sim. Altruísmo gratuito it’s over, baby. Agora é cada um por si e Deus (se é que Ele o está) por todos. E todos, quem são? Não importa, eles são eles, não eu.
Sem essa de que amanhã, o depois também não me pertence – nem o agora. O que fazer? Acender um cigarro com a mão direita e sorrir da chuva lá fora, quando chove. Do contrário estaríamos todos os eus e nós perdidos nesse emaranhado de acontecimentos, sem nenhuma razão de ser. Não que estejamos todos cientes do nosso real papel, mas é sempre bom pensar que sim.
Um passo de cada vez, seguindo em frente. Alegria, alegria.
Um ano novo, de novo. Tudo se renova, ou não. Fechei o ciclo, isso que importa.

09 dezembro, 2008

- Mãe, eu quero ser cineasta!




Ser produtora de dois documentários não é das tarefas mais fáceis, mas garanto que o cansaço, esforço e sono perdido são recompensados por um trabalho bem feito. Sem contar que o clima descontraído de toda a equipe faz com que as horas em pé e a correria sejam menos doloridas. On the road, by bike conta com os filmes: Camelo e Rodo-Vidas. Aguardem que já já postarei algo mais à respeito da minha mais nova (e prazerosa) ocupação.

Em breve, nos cinemas.

Créditos das fotos: Fernando Ralfer

20 outubro, 2008

Even though i get so high
I know that i will never fly
And when i fall out of the sky
Who'll be standing by

Will you be standing by?



03 outubro, 2008

Pula de sombra em sombra como quem foge de um inimigo, monstro de armário, coisas assim. Mas não é disso que quero falar, monstros e inimigos e armários. Quer dizer, talvez de armários - porque ela esconde algo embaixo dos entulhos e daquelas caixas coloridas. Assim como quem foge de monstros e se esconde em sombras. Não sombras de forma abstrata, que fique claro. Estou falando dessas que são ‘o lugar protegido do sol’, entende?
Pois sim, ela caminha de sombra em sombra, se protege dos monstros, do inimigo e por fim do sol. Não que não goste do sol e etc, apesar de pular de sombra em sombra à procura de proteção. Da mesma forma que mantém a salvo todos os segredos, rimas, planos, sorrisos e promessas, embaixo dos entulhos e daquelas caixas coloridas, no armário. Assim, de forma material, pra ser mais explícito. Não que as cores e sorrisos e promessas não sejam reais, não muito, não importa, enfim. Ela esconde, guarda, protege.
Nesses dias de verão é cada vez mais difícil se proteger em sombras, do inimigo, dos monstros. Caminha quilômetros com a pele ardendo, sorrisos e cores de dentro do armário, embaixo dos entulhos, na cabeça, ao mesmo tempo, sabe? Assim, sem proteção alguma, sem sombras. Não adianta ter pressa, trancar as portas, jogar fora as caixas coloridas. Elas são reais, entende? Não os inimigos e monstros e sombras – como proteção. Ainda existem cores, sorrisos, promessas e rimas. O sol queima, maltrata. As cores cansam, os risos ferem. Tudo ao mesmo tempo. Assim, existindo sem existir, fora do controle.

15 setembro, 2008

"Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? [...] Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço [...] escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender melhor [...] cho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ......... ............ ............. ............ .......... ........... ............. ............ ............ ............ ......... ........... ............ ............ sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê."
Caio F. - Para uma avenca partindo

Antes que seja tarde, que não valha mais a pena, que eu perceba que falhei, que nada mais nisso faça sentido e tudo se perca, só queria que você soubesse quê.

14 agosto, 2008

Porque mais do que nunca estou me permitindo um pouco de vida. Há quem chame isso de insanidade, loucura, irresponsabilidade ou afins. Mas me preocupar com isso agora não faz parte dos meus planos. Não costumo me arrepender do que faço, tento ser honesta comigo mesma e com quem está por perto e tenho metas concretas pra um futuro próximo. Então acho que não tem muito com o que se preocupar, né?! Estou bem, estou viva - finalmente me dei conta disso.



It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive


.

03 agosto, 2008

"You keep me waiting
You keep me alone in a room full of friends
You keep me hating
You keep me listening to the Bends

You have me on my knees
You have me listless and deranged
You have me in your pocket
You have me distant and estranged

No narcotics in my brain
Can make this go away

I'm sorry that, I'm sorry that I'm not like you
I worry that I don't act the way you'd like me to

You find me wanting
You find me bloodless but inspired
You find me out
You find me hallucinating fire"
[Pure Narcotic - Porcupine Tree]



24 junho, 2008

Queria continuar tentando, sabe. Esse quê de adrenalida-surpresa-expectativa-vontade é até divertido. Mas ai, todos os olhares e conversas e caminhadas e sorrisos me parecem tão sem objetivo agora, isso meio que cansa. Sem contar que vezenquando me aparecem mais e mais obstáculos e eu me sinto tão cansada, cada passo me parece um esforço tremendo. Não que eu esteja desistindo, nem penso nisso. Só que de repente me bateu uma preguiiiça..
Vai entender.

18 junho, 2008

E hoje é meu aniversário.

Eu nunca consegui entender como essa data pra algumas pessoas significa alegria, festa e comemoração. Porque se eu parar pra pensar, não tenho muito o que celebrar no dia de hoje. Sem aquele papo de ‘ai menina, você tem saúde, amigos, família e blábláblá, para de reclamar e blábláblá”, ok? Só estou dizendo que a minha vida não está as mil maravilhas e eu não tenho lá o que festejar.

Completo exatos 24 anos de idade e isso deveria significar alguma coisa de verdade. Eu deveria me sentir mais madura, ou coisa do tipo. Ter decisões formadas e metas concretas. Algum dinheiro na conta do banco, prestações de carro ou alguma coisa que representasse um quê de vida adulta. Mas continuo sendo a mesma menina insegura cheia de medos e paranóias de sempre e isso é bastante desesperador.

Continuo levando na cara por gostar demais, esperando um sinal de afeto de quem não merece e me desdobrando pra fazer com que a vida de quem convive comigo seja bem agradável. Mantendo sempre um sorriso no rosto, mesmo com o coração sangrando. Me enganando de que um belo dia tudo vai finalmente acontecer e plim - serei feliz.

E enquanto eu me desdobro pra ser a melhor pessoa do mundo inutilmente, vejo que os outros por aí estão muito ocupados cuidado das suas próprias vidas. Porque sabe, é muito custoso estar sempre por perto e ajudar e enfim, sabe como é né a vida ta aí rolando e as pessoas são sozinhas e eu sou uma idiota por me preocupar de verdade com elas.

Enquanto estiver soprando as 24 velas, vou pedir um canto bem longe de tudo e todos, bem confortável. Porque eu cansei, de verdade.

14 junho, 2008

"sometimes you've got to be wrong
and learn the hard way
and sometimes you've got to be strong
when you think it's too late"

D.T.

19 maio, 2008



"And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know"

Vamos todos cantarolar juntos enquanto a Juki dirige!
Dias em São Luis, poucos porém necessários amigos, saudade que cresce, amor que só se intensifica. O que seria de mim sem esses momentos de imenso retardo mental, cantorias, gritos, piadas e de vez em quando um puxão de orelha com direito a xingamentos e afins?! Porra nenhuma!

Amo, amo e amo.