09 junho, 2007

Tirando a poeira.

Em noites vazias, nada como um cigarro como única testemunha de divagações sobre a vida e coisa e tal. Um acerto de contas, o momento do reencontro consigo mesmo. Até que ponto o que se quer, o que se faz é algo puramente seu ou vestígios do que se quer que os demais saibam e esperam de você?

Talvez o grande desafio da vida seja exatamente esse: o de superar todas as expectativas alheias e aceitar a si mesmo. Com todos os defeitos, desejos recalcados, medos, falhas - exatamente como se é. Ou mais ainda, tentar descobrir o que te faz único dentre os outros bilhões de seres humanos da face da terra.

Enquanto observo a fumaça atravessar as grades da janela, penso no que me é peculiar, algo que não tenha nenhuma ligação com o que está do lado de fora. Longe das expectativas, pré-conceitos e idealizações de uma Flávia Novais, estudante de vinte e tantos anos, cabelos, óculos, timidez e por aí vai. O que só eu saiba distinguir, ou deixe escapar apenas aos que estão muito, muito perto.

Medo. Esse talvez seja o meu maior defeito. No momento, o que mais me preocupa. Medo de escolhas, de falsas certezas, de verdades escondidas, do desconhecido. A felicidade me assusta. Como vou saber que estou plenamente satisfeita? Nunca sei o que busco e quando encontro uma direção escolho o caminho oposto. Minhas conclusões sempre são ambíguas, no fim das contas só me restam dúvidas.

Fujo de responsabilidades, apegos, abrigo. Terminar um projeto, um trabalho, um texto, o que seja, é uma tarefa extremamente complicada pra mim. Tão fácil desistir, deixar pra depois, um dia quem sabe tudo se resolve por si só. Os erros são sempre alheios, Fulano não facilitou, Sicrano não se importava, Beltrano era um escroto. Nunca faço o suficiente. É uma tortura imensa saber que meu esforço foi em vão e que de repente tudo se perdeu. Desisto de tudo com uma facilidade inacreditável e me culpo por cada coisinha que ficou pra trás incompleta. Há dias em que a única coisa que gostaria de fazer é mandar tudo pra casa do caralho, deixar uns e outros sentimentos trancados no guarda-roupa e esquecer essa minha eterna preocupaçãozinha ridícula de ser amigável e bla. Não que me orgulhe dos meus defeitos, mas sei que todo mundo tem um quê de diabo. Somos todos humanos, não é mesmo?

Pensar em qualidades próprias é mais complicado ainda. Parece uma auto promoção, como quem diz "pode se aproximar, sou uma pessoa legal!". Mas se existe uma da qual posso dizer que me orgulho, é a de admirar as coisas mais simples. Nada de luxo, o exagero me sufoca. Não gosto de demonstrações públicas de afeto, cartazes, carros de som e toda essa baboseira. Um sorriso, um olhar, um abraço valem mais. Conforto, segurança e cumplicidade me bastam. O que pode ser um defeito também, dependendo do ponto de vista.
Poderia continuar essa auto-análise fajuta fruto de uma noite sem muitas expectativas, porém penso que algumas coisas não precisam ser ditas, já que são unicamente minhas. Daí vocês se perguntam qual a intenção desse texto escroto, afinal. E eu respondo: não sei. Ele não tem uma finalidade em si, se trata apenas de uma tentativa de compreensão.

Talvez um desabafo. Uma demonstração pública do meu cansaço e por que não, do pavor ao descobrir que no fim estamos sós. Acima de todas as faces que assumimos frente aos demais, a essência esta lá, crua e não há como fugir. Somos o que somos e ponto. Fodam-se as idealizações, os anseios, os personagens.

Honestidade consigo mesmo, sem pudores. Acho que é isso, o que realmente vale a pena. O resto é só improviso, encenação.

28 maio, 2007


"Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo."

"Eles", O ovo apunhalado
Caio Fernando Abreu.

10 maio, 2007


E o proprio sentido, cadê?!

09 maio, 2007

SILÊNCIO AMOROSO 2

Preciso do teu silêncio cúmplice
sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.

O silêncio, aprendo,
pode construir.
É modo denso/tenso
- de coexistir.
Calar, às vezes,
é fina forma de amar.

Affonso Romano de Sant'Anna

02 abril, 2007

"Procuro imaginar aquele homem escanhoado e em mangas de camisa, desconto a deformação do olho mágico, e é sempre alguém conhecido mas muito difícil de reconhecer. E o rosto do sujeito assim frontal e estático embaralha ainda mais o meu julgamento. Não é bem um rosto, é mais a identidade de um rosto, que difere do rosto verdadeiro quanto mais você conhece a pessoa. Aquela imobilidade é o seu melhor disfarce, para mim.
Recuo cautelosamente, andando no apartamento como dentro d’água. Escorregarei de volta para a cama, e creio que o sujeito acabará desistindo, convencido de que não há ninguém em casa. Mas nem bem ultrapasso a divisória imaginária do meu quarto-e-sala, e a campainha toca outra vez. Não posso dormir com a imagem daquele homem fixo na minha porta. Volto ao olho mágico. Hei de surpreender uma imprudência dele, uma impaciência que o denuncie, que me permita ligar o gesto à pessoa. Mas enquanto estou ali ele não toca a campainha, não olha o relógio, não acende um cigarro, não tira o olho do olho mágico. Agora me parece claro que ele está me vendo o tempo todo. Através do olho mágico ao contrário, me vê como se eu fosse um homem côncavo. Assim ele me viu chegar, grudar o olho no buraco e tentar decifra-lo, me viu fugir em câmera lenta, os movimentos largos, me viu voltar com a fisionomia contraída e ver que ele me vê e me conhece melhor do que eu a ele. Porque eu sei apenas que ele não é o que pretende aparentar, um vendedor, um administrador, um distraído. E ele me conhece o suficiente para saber que eu poderia até receber um estranho, mas nunca abriria a porta para alguém que de fato quisesse entrar. "
[Estorvo - Chico Buarque]

13 fevereiro, 2007

Saindo pela tangente, deixou cair um folheto; “Siga sempre em frente”. Volta e espera o dia clarear. Quem sabe ao amanhecer enfim perceba que ouvir a porta bater às costas não seja a melhor alternativa?

Conta os passos ao caminhar. Calçadas de concreto me distraem, pensa. Dois passos antes da divisória, nada mais. Quando menos espera, chegou ao seu destino.

Nunca sabe o que fazer com os fones de ouvido. Sente-se bem com eles, alheia ao mundo. Mas não quer se manter assim tão distante, não sempre.

Pessoas são estranhas, muito estranhas, disso sabe muito bem. Não sou um exemplo de normalidade. Tem um jeito peculiar que demonstrar afeto. Acha desnecessário muito contato e acredita que quem muito fala não o sente. Explode e silencia, mais nada.

Sete, quinze, trinta dias. Tudo passa tão rápido, não? Tudo passa, vai passar.

Corre em direção ao ônibus. A rotina não espera, isso é revoltante. O dia já amanheceu, pra que fugir?

Mais um plano deixado pra depois, assim como os livros na estante e os filmes jogados pelo chão do quarto.

05 fevereiro, 2007

Esses dias não foram nada fáceis. Como nunca na vida quis outra vez um abraço, um sorriso, um olhar. Não é nada confortante saber que isso tudo vai ficar apenas na memória.

Não penso na morte como um final de linha, muito menos nesse caso. Alguém tão doce e puro não poderia simplesmente deixar de existir assim, sem nenhuma razão ou justificativa. Algo nisso tudo deve fazer sentido, só acho que não conseguirei entender - não agora.

Confortante é saber que todo carinho e admiração sempre foi recíproco. Perdi a presença física, as piadas, o aconchego daquela camisa de malha, o som da risada entre outras infinitas coisas que só quem conviveu bastante sabe. Mas sei que obtive um exemplo vivo de confiança, carinho, bondade e respeito.

Se eu tivesse mais uma chance? Agradeceria. Pela honra de ter conquistado uma amizade assim tão especial. Passou rápido demais, ao menos pra mim. Porém foi o bastante pra que enfim tivesse certeza de que ainda existem pessoas com algo bom, que só tem uma missão na vida: que é a de nos mostrar que nem tudo está perdido.

Não poderia deixar que esse momento passasse em branco, principalmente se tratando dele. Eu só precisava de um tempo pra conseguir organizar as idéias e principalmente, não sofrer ao dizer isso tudo.

Saudades eternas sei que sentirei, mas posso garantir que em algum plano ele esta bem melhor do que qualquer um, afinal ele merece. E mais ainda, sei que ele não quer ver quem ele realmente cativava sofrendo pelos cantos. É por isso que decidi cessar as lágrimas e deixar com que o vazio que sinto seja preenchido com nossos melhores momentos.

A vida continua e isso não podemos mudar. Só nos resta encontrar força suficiente pra superar a falta que ele nos fará.

Ele merecia um texto cheio de rimas e paisagens. Mas isso foi tudo o que eu consegui fazer como forma de homenagem ao meu amado amigo, Hugo. É simples, porém verdadeiro.

Força amigos. Estamos sentindo a mesma dor e juntos conseguiremos supera-la.

E é isso..

11 janeiro, 2007

Hoje acordei com vontade de dizer a verdade. Nada sobre algum assunto específico, talvez alguém entenda uma coisa ou outra, ou quem sabe tudo pareça sem sentido. O importante é que eu saiba exatamente o que digo e, principalmente que seja verdade – ao menos pra mim.

Certo. Decidi dizer tudo o que penso, mas não sei por onde começar. Deve ser porque eu sempre estou com alguma coisa em mente, às vezes duas ou mais ao mesmo tempo e claro, sempre em conflito. Agora por exemplo estou pensando na minha prova de francês de amanhã, na minha completa falta de vontade de estudar, no tempo nublado e na ausência de guarda-chuva. Ok, mesmo que eu tivesse um, não o usaria hoje. Nem nunca. Outro dia quase compro, era laranja! Coisa linda de se ver. Mas mesmo assim, não usaria.

Rótulos são completamente desnecessários. Fulano é assim, Beltrano é assado. Fulano nunca faria isso, Beltrano é um desequilibrado. Beltrano é amigo, Fulano pede dinheiro emprestado. Eu não queria que rimasse, não que não goste de rimas, apenas acho que não sei lidar bem com elas. Estaria eu querendo me rotular? Não, creio que não.

Me sinto completamente capaz de decepcionar a qualquer pessoa. Assim como posso magoar, mentir, ignorar, cuspir, pisar [...] Acho isso completamente válido e por que não? Sem mais falso altruísmo, afinal também preciso de ajuda às vezes. Apenas não consigo fazer escândalo por um pouco de atenção. Transpareço exatamente o que sinto, é só ter sensibilidade oras! Não estou precisando de nada agora, me sinto muito bem obrigada. Só falei por falar.

Gosto de brincar de escrever, apesar de ter consciência que não poderia viver disso. Entre saber usar bem as palavras e tirar seu sustento delas há uma grande diferença. Ler, ler, ler - nunca é demais. O que me sugerem?

Me falta paciência. Na fila do ônibus, em casa, durante aquela aula de Fundamentos Políticos, na fila do R.U. Isso definitivamente muda meu humor. Será que encontro em algum supermercado um pouco dela enlatada?

Falando em enlatados, alguém sabe o horário de Seinfeld? Sim, eu gosto. Assim como de muitos outros que não acrescentam nada à minha super agitada vida. Tá, poderia ser um pouco mais, mas preciso de tempo pra tv. Alias, por que “enlatados”? Perguntarei pro Google agora mesmo.

Vi um documentário outro dia sobre o Will Eisner e cheguei à conclusão de que deveria saber desenhar. Queria ser cartunista. Não gosto do Calvin e Hobbes colorido, pronto disse. E não quero mais falar sobre isso. Eu deveria ler algo de útil e parar de escrever aqui, não?
Estudar? Juro que mais tarde começo. Eu tenho inveja de quem consegue ler em coletivos. Fico enjoada nas primeiras linhas, um fracasso só.

Quantas interrogações! Parei e só volto com post novo assim que tiver inspiração. Talvez com um texto melhor, mas é só uma promessa boba e nem pensei muito ao dizer isso.

E antes que eu me esqueça: feliz ano novo, bom carnaval, feliz páscoa e todo aquele blábláblá de dias festivos.
Já sinto saudades da Cau.

É eu sei, tinha acabado o post.
Acabou.

26 dezembro, 2006

"Falta tanta coisa na minha janela
Como uma praia
Falta tanta coisa na memória
Como o rosto dela
Falta tanto tempo no relógio
Quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência
Que me desespero
Sobram tantas meias-verdades
Que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos
Que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço
Dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer
Que nunca consigo
[...]
Vai saber,
Se o que me deu , quem sabe?
Vai saber,
Quem souber me salva
Vai saber,
O que me deu, quem sabe?
Vai saber,
Quem souber me salva"
Vai saber...
[O Teatro Mágico - Sobra tanta falta]

16 dezembro, 2006

Sono? Há tempos não sei o que é dormir. Passo noites em claro perdida em pensamentos, idéias e anseios. Nada de concreto. Talvez algo nisso tudo seja. Talvez não.

Desacredito do mal supremo e por vezes do bem. Na realidade, acreditar demais seja o meu problema. “ao pé da letra” nem sempre faz sentido. Literalmente? Há quem não saiba o real significado dessa expressão. Eu sei. Sei?

Costumam reclamar do meu silêncio. Suponho que ele nem exista de fato. Basta se concentrar um pouco mais e enfim perceber que enquanto calo, reclamo-grito-canto.

Canções. Essas falam por mim. Muitas são pensamentos meus organizados em rimas, versos e refrão. "The space between what's wrong and right..." cantarolo por aí. Mas baixo, sem que ninguém perceba.

Difícil separar o certo do errado quando se o que mais te enche os olhos é o nem um pouco correto. Sempre há uma justificativa, tudo tem uma explicação. Ou ao menos uma desculpa bem formulada.

Gosto da verdade mas no momento estou fugindo dela. As vezes é bom se deixar enganar pelo que é conveniente. "I don't have to be honest with myself" nem sempre da certo. Loser.

"One drink to remember, and another to forget" e nesse ritmo penso estar “seguindo em frente” ou “deixando rolar”. Mas o que realmente cura é ouvir Bach e tentar escrever. E lá se vão linhas e mais linhas de rabiscos sem sentido.

"Take my eyes, take my heart" talvez não precise mesmo. Chega de problemas.

Confio no poder das palavras, especialmente se tentam expressar sentimentos.
AMOR. A-M-O-R. 4 letras. A palavra apenas ilustra. Não expressa a décima parte do que realmente é sentir. Costumo acreditar. Quase sempre [ou seria quase nunca?] Não importa, o certo é que acredito. E por acreditar calo. Se digo é por vontade. Coragem.

Não quero me explicar, pra que se fazer entender? Ainda prefiro o silêncio. Ouvir, perceber, sentir. Acho melhor.

"Where can you run to escape from yourself?" gostaria de saber.

Me sinto bem. Ter os pés no chão cansa. Seria melhor se chovesse, não? Gosto do som, do vento frio e do meu quarto escuro. Dormir: talvez eu deva tentar um pouco mais. Chega de devaneios por hoje.

Estranha? Sim, muito.

"feeling strangely fine"

11 dezembro, 2006

Relacionamentos?

Domingo à tardinha, tédio total. Resolvemos eu e o doce dar uma volta na Praia Grande pra ver o tempo passar. Caminhando por aquelas ruas desertas iluminadas por luzes amarelas, entre cigarros e risadas chegamos à conclusão de que relacionamentos não são apenas complicados como também extremamente difíceis de lidar.

Na volta pra casa continuei pensando a esse respeito e isso me fez finalmente perceber que as minhas chances de estar numa relação com alguém que goste de mim de fato e realmente queira tentar fazer com que as coisas aconteçam são quase inexistentes.

Tenho no meu histórico um eterno-melhor-amigo-que-seria-perfeito-e-bla, um ex completamente louco que garante sentir minha falta até hoje e muitas semi-relações que somadas não são nem ensaios de algo realmente sólido.

Ou seja, eu não tenho a menor noção do que é estar com alguém. E justamente por isso um tal de namoro é algo completamente utópico, pelo menos por enquanto.

Não estou reclamando por estar sozinha, acho que até gosto disso. Ter liberdade de sair sem ter que dar satisfação a ninguém (alem do meu pai, claro) é perfeito. Mas ao mesmo tempo, não ter com quem dividir despesas com cinema e afins, pra quem falar aquelas coisas bobas que todos criticam mas o fazem, é ruim.

Até porque se pararmos pra pensar, essa historia de ter “ficas” não é nada simples. De repente você encontra alguém com aquele olhar encantador, que fala tudo que você gosta de ouvir, que gosta das mesmas coisas, tem mil amigos em comum e da uma vontade incontrolável de estar com ela pelo resto da vida. Daí vocês ficam, mil coisas acontecem e no outro dia agem como se nada tivesse ocorrido. No máximo você espera ansiosamente por um novo encontro e essa outra pessoa simplesmente caga pra você e vice-versa.

Animais sim, esses tem sorte. Eles simplesmente cruzam para preservar a espécie e não precisam de todo aquele jogo de conquista, discutir relação e nem mesmo ligar no dia seguinte. No caso das fêmeas é tudo mais simples ainda; ela fica lá linda, esperando os machos brigarem para então ter uns momentinhos mais íntimos com ela.

Na realidade não sei porque tudo é tão complicado quando se trata de sexo. Ok, sexo não tem nada de simples, já diria Freud (ele deve ter dito algo desse tipo né? Já que sua obra inteira se baseou na sexualidade humana). Mas já que é tão condicionado à nossa existência, por que não pode ser mais natural um relacionamento cujos fins estão no sexo? Pros meus pais, avós, tataravós foi, mas pra mim até agora anda meio complicado. Logo nos dias de hoje onde quase tudo é permitido, aqui estou eu cheia de travas. Às vezes penso que eu deveria ser bi ao menos né? Heterossexualidade é sinônimo de confusão [?]

Talvez eu simplesmente não tenha encontrado alguém “certo”, ou essa pessoa já esta por aí e eu nem me dei ao trabalho de perceber. Quem sabe eu precise de terapia pra perder mil bloqueios que me impedem de tentar encontrar nos pouco errados que me aparecem algo de especial.

O certo é que se para algumas pessoas estar numa relação a dois é complicado, quando se trata de alguém que não esta preparado para encontrar uma sogra problemática, cunhados sem noção e um namorado que a troca por jogos no PC, se torna praticamente impossível.

Por isso, para encontrar a tampa da panela, o sapato velho, a cara-metade é preciso paciência, dedicação, coragem e uma grande dose de insanidade.

Pelo menos, eu acho.

27 novembro, 2006

Um post novo

Sem mais lágrimas, desespero ou gritaria. Aqui estou eu atualizando esse blog quase que completamente esquecido.

Como sou uma geminiana laranja e completamente desapegada a coisas materias, não tenho muito a acrescentar na vida de vocês. Mas como sei que mais de 90% das pessoas que aqui encontram alguns minutos de diversão [?] não estão em busca de grandes descobertas, me arrisco a um post que está descaradamente "enchendo lingüiça".

Nada de muito revolucionário aconteceu durante esses tantos dias que me ausentei. Até que algumas coisinhas se passaram, mas nada de muito polêmico e/ou relevante [infelizmente].

Comecei um tal de estágio com jovens infratores num dos bairros mais perigosos da cidade. Sim, eu tenho muito medo. E não, eu não ganho muita coisa. Mas sim, é pro meu projeto de monografia. E o que eu faço lá? Converso com essas ‘criancinhas’ sobre cidadania, sexualidade, drogas ou qualquer coisa importante. Na realidade eu deveria fazer isso sempre, mas o que acontece geralmente é alguma super dinâmica ou nos divertirmos todas as manhãs batendo um papo sobre qualquer coisa mais interessante do que discutir a política de cotas da universidade.
[Não me chamem de alienada, sei que isso é importante e blá. Mas não quero falar sobre isso].

De início tive muito medo de ser odiada por todos, mas até o momento eles gostam da minha companhia, pelo menos é o que acho.O problema mesmo é com a minha instrutora, que é um pé no saco e que só fala no gerúndio. Qualquer dia desses eu ‘estarei pedindo para que ela esteja tomando...’

Acho, aliás, tenho certeza de que essa é a realmente a única novidade que tenho pra contar. De resto tudo continua na mesma: faculdade divertida em partes, pessoas loucas ao redor, brigas constantes com meu pai engraçado e eternas saudades do meu cachorro pirado.
Minha tolerância alcoólica está me preocupando seriamente. Se antes, com duas latinhas de cerveja ou dois copos de vinho eu já ficava contentinha, hoje em dia isso não dá nem pro começo. É, isso me preocupa mesmo.

E falando em animais, bebidas e, consequentemente, em coisas, acabo de descobrir que aves e doces são ótimas companhias. Duvido que alguém discorde.

Pois é, é isso.
Felizes?
Volto o quanto antes com novidades de verdade. Pelo menos assim espero.

18 outubro, 2006

Bonecas são tristes.

Ao entrar no quarto a menina percebe que uma de suas bonecas tem lágrimas nos olhos. No mesmo instante ela se aproxima e pergunta:

- Por que choras bonequinha?

[silêncio]

A garotinha insiste:

-Você é uma das mais belas bonecas que tenho. Adoro seu cabelo cheio de cachinhos que se prendem por esse laço de fita alaranjado. Seu vestido tem flores do campo na sua estampa e rendinhas por baixo. Seus sapatinhos dão um ar de formosura por serem tão pequenos. Você tem um lindo sorriso estampado, bochechas rosadas e seu olhar brilhante! Sem contar o seu perfume, tem um aroma tão agradável e marcante que chega a se espalhar pelo meu quarto. Por que mesmo assim estás tão triste?

[silêncio]

- Sabe boneca, eu compreendo a sua dor. Ninguém te deixou escolher qual vestido usar, qual sapato calçar. Nem ao menos te deixaram decidir qual laço de fita iria adornar seus belos cachos. Tampouco lhe permitiram sentir dor ou frio, ou ainda demonstrar o que realmente sentia. Seu perfume pouco a pouco se perde no ar sendo substituído por mofo e poeira. E por mais belo que seja seu sorriso e brilhante o seu olhar, você é apenas mais uma das muitas bonecas que coleciono nessas minhas prateleiras tristes e que um dia serão esquecidas assim que eu perceba que finalmente cresci.

A boneca continuou ali, estática e com os olhos cheios de lágrimas. A menininha compreendeu que não poderia fazer nada que pudesse confortá-la. Então a deixou em cima da sua cama, perdida entre ursos de pelúcia e travesseiros.

Bonecas são tristes.
Sim, sei que são.

15 setembro, 2006

Sabe quando você conhece alguém e percebe de repente o quanto ela pode ser importante pra você?
Ou como depois de descobrir isso você e essa pessoa não conseguem ficar muito tempo sem trocar algumas poucas palavras?
Quando tudo que você quer é estar perto dela custe o que custar?
Sente que aquela aparente distância não representa nada perto do que vocês sentem um pelo outro?
Ou quando você começa a imaginar como tudo poderia ser perfeito se esse alguém estivesse ao seu lado?
.
.
.
Pois é.
No cinema sempre da certo. Ou não.
Um dia quem sabe...

05 setembro, 2006

Ela gosta de observar quem esta a seu redor. Não julga, não se assusta com nada.
Apenas observa.
Já nem liga mais que a achem estranha por estar sempre naquele mesmo banco. Somente ela sabe da paz que a senhora de vestidos sempre azuis transmite quando vem alimentar os pombos, da adrenalina que sente ao ver mais um jogo de damas dos velhinhos, da saudade de sua infância ao admirar as criancinhas no parque.
Ninguém nunca entenderia.
Não que ela queira estar sempre só, não é isso. É que conversar as vezes se torna tão complicado, pessoas são complicadas, tudo é complicado.
Quase tudo.
Aquela praça é simples, leve. É só parar, respirar e ver.

29 agosto, 2006

E falando em Murphy...

O dia começou aparentemente normal. Acordei da maneira que mais amo na vida, por causa do celular tocando. Atendi meio que tonta:

-Flá, tu ainda ta dormindo?

-Eu acho que não mais...

Era uma amiga minha, daquelas que já ultrapassaram a linha da intimidade a muito tempo e tem permissão de me ligar a qualquer hora sem despertar meu ódio eterno [juro!]. Ela estava meio desesperada e precisava de um ombro amigo. E eu como uma boa adepta da cor laranja ["que tem sabor de amizade" segundo a graaande Xuxa] me prontifiquei a encontrar com ela assim que entendesse o que seria do meu dia.
E assim fiz! Encontrei com a pessoa desesperada, fiquei por lá até a hora do almoço e depois fui cumprir meu papel de boa neta de toda semana, almocei com meus avós e de lá fui pra UFMA. Andar de ônibus tem sido um tormento pra mim, meus fones de ouvido pifaram de vez, então não tenho mais como fugir de diálogos sem sentido com estranhos, coisa que comigo sempre foi muito comum.
Enfim, depois de passar meus queridos 50 minutos ouvindo uma senhora dizer porquê sempre escolhia aquele horário pra pegar ônibus, finalmente cheguei na faculdade a tempo de assistir a aula inteira. Feliz?! Sim, seria se eu não estudasse na UFMA e mais ainda se não fizesse Serviço Social.
Só quem estuda lá sabe que não é legal pegar o Campus de 13:30. Pior é chegar lá exatamente 14:00 hrs e perceber que não tem mais aula até às 17:40...Se eu não fosse pobre, voltaria pra casa, mas esse definitivamente não é meu caso. Então fiquei por lá conversando com as pessoas, até que descobri que teria uma tal de “calourada”. Anos e anos que eu não sei o que é pirar numa festinha de faculdade..

-por que não ficar nessa né?

Pois é, assim ficou decidido. Na hora marcada encontrei com todas as pessoas e fomos pra lá à procura de um pouco de diversão. Doce ilusão...assim que chegamos por lá a luz vai embora! Ok, fazer o que?! Decidimos então ir pro Reviver, afinal lá sempre tem coisas divertidas pra se fazer.

De fato foi até, mas não pude ficar por lá até muito tarde, afinal eu não tenho carro. Seria simples se não se tratasse da minha vida, não? Quando cheguei na parada levei um susto! Milhões de pessoas esperando o mesmo ônibus que eu. E não estou falando de pessoas comuns, estou falando de gente que esta saindo de casa a caminho de uma farra, com aquela adrenalina toda. Fiquei apavorada, mas fazer o que...
Lá estava Flavita, segurando sua bolsa e tentando não demonstrar desespero quando alguém diz: "tu faz que curso na UFMA?". Por uns dois segundos detestei ter ouvido isso, não precisava de mais uma conversa sem sentido na volta pra casa. Só que quando vi, era uma "desconhecida íntima", já tinha visto ela em todos os lugares só que não nos falávamos.
Estávamos as duas apavoradas e isso fez com que a conversa fluísse naturalmente. Quando entramos no ônibus foi terrível! Aquelas pessoas loucas batiam no teto, nas janelas, pulavam, gritavam e cantavam. A bagunça era tamanha que o motorista parou, e começou a gritar com todo mundo chegando até dizer que não iria sair dali.

-eu só quero chegar em casa moço!

Ai como eu me arrependo de ter dito isso!
Não agüentamos a pressão e decidimos descer. Eram aproximadamente 22:40, mas nem pensamos que poderia ser mais perigoso lá fora. Descemos depois de gritar muito pedindo pro motorista parar [ele já tinha decidido não abrir a "porra da porta" até que todo mundo parasse com aquela "zoada desgraçada do caralho"].
Os minutos que esperamos pelo próximo ônibus foram um tanto longos, mas a recompensa foi imensa. Um outro carro vazio, com direito até a poltronas à nossa disposição chegou e todo esforço valeu a pena.
Não fiquei na calourada da UFMA, não conheci gente nova, não bebi, não fiz nada do que tinha planejado o dia inteiro. Mas de uma certa forma as coisas se saíram bem, né?! Afinal pude ajudar uma super amiga, encontrei mil pessoas, não precisei olhar a cara cínica do meu professor de estatística e de quebra ainda conheci uma alguém super legal que na realidade sempre esteve "por perto".
Murphy é meu amigo, claro! Eu sou amiga de todos, por que dele não?!

P.S¹.: Camila, que tal um passeio de Calhau essa sexta de novo?!
xD
P.S².: Lary, amo-te.

16 agosto, 2006

Eu não sou a pessoa mais corajosa do mundo, admito. Mas poucas coisas conseguem me deixar num estágio de pânico absoluto, a ponto de querer chorar, correr, arrancar os cabelos, morrer [exagero] enfim, acho que já entenderam o que quero dizer né?! Pois bem, na minha lista "Coisas que assustam Flavita a Valer" estão: ladrão [morro de medo de ser assaltada], viajar de ônibus e barco e sapos ou qualquer tipo de anfíbio.

Sim, eu sei que sapos não fazem nada além de ficar pulando pra lá e pra cá. Não tenho conhecimentos profundos à respeito da fisiologia desse tipo de animal [é fisiologia mesmo?!] e nem quero, mas sei que alguns deles tem um veneno que só é expelido se for pressionado e isso definitivamente não me preocupa, até porque eu não consigo estar a dez metros de algum sapo sem ter um ataque histérico, imagina ter que apertar um a ponto de ser atingida pelo veneno do mesmo.
[só de imaginar isso ja fico suando frio]

A razão de estar falando disso agora é bem simples: eles me perseguem. Sim, só pode! Eu posos estar com mais 30 pessoas andando num gramado imenso durante a noite que eu, exatamente eu encontro/tropeço num. Freud deve explicar isso, ou então Murphy. Sinceramente penso ter recalcado algum trauma na infância ou seja, lá estava Flavitinha feliz brincando no terraço de casa, quando de repente um sapo terrivelmente imenso apareceu e a coitadinha ficou tão, mas tão assustada que acabou esquecendo esse acontecimento, o qual se manifesta toda vez que vê algum sapinho por aí sob forma de pavor incontrolável.

Ele não é bonito, diz aí!

Morei durante muito tempo numa casa que tinha um terraço imenso, mil plantas e claro mil sapos. Era um tormento, eu vivia estressada, apavorada e vez ou outra tinha um ataque histérico. Exageros à parte, eu detestava aquilo tudo. Ir morar num apartamento foi a melhor coisa que me aconteceu afinal, ficaria livre desse animal nojento para todo o sempre.

Eu achava isso até vir morar aqui com meu pai. Pra quem não sabe, o apartamento dele é no térreo ou seja, não é apartamento. É terrível, todo mundo que passa na rua consegue ver até o que estamos assistindo na tv! Mas enfim, voltando ao assunto..

Aqui eu voltei a viver eternamente assustada. Vez ou outra uma rã daquelas bem pequenas invade o apartamentom tirando completamente a minha paz e claro, a de todas as pessoas que moram comigo. E claro, ela nunca aparece na cozinha, na sala...pra que né?! O local escolhido por ela é o meu banheiro. E é sempre do mesmo jeito: eu entro calmamente, ligo a luz e ela pula pra algum lugar que eu possa ver com clareza que ela esta de fato ali. Então eu começo a gritar loucamente, a chorar, saio correndo e tudo so fica bem quando meu querido pai tira o "hóspede" de dentro de casa. Geralmente as coisas não são tão simples assim, tem todo um processo que começa no momento do meu susto até quando eu finalmente convenço meu pai que não vou conseguir viver com uma rã dentro de casa.

Isso aconteceu ontem às 3:00 da manhã. Imaginem a felicidade de todo mundo daqui...

Mas ah, eu tenho medo uai! É mais forte que eu.

^^

02 agosto, 2006

Mudança de planos

Acordei na hora marcada, tinha tudo arrumado como deveria estar, passagem em mãos, o que poderia dar errado?! Pois bem, eu passei mal minutos antes de sair de casa. O que fazer então?! Tentar trocar a passagem e adiar a minha volta pra casa e com isso todos aqueles sofrimentos que só uma viagem longa pode proporcionar.
Agora tudo que sei é que no lugar de todas as "regalias" do trem, o que me espera é uma longa estrada durante o dia inteiro. Uma super carona apareceu de repente ou seja, nada de ficar com o troco do "almoço" no trem. Mas tudo bem, tudo bem fazer o que né?! Só terei que deixar meu super bom humor e simpatia mode ON e arrumar assunto pra conversar durante todas as horas de viagem, que legal! [não sei porque, mas essa mudança de planos não me deixou muito contente...]
Por aqui a rotina não é das mais agitadas, mas não tenho do que reclamar. Fiz todos os exames que deveria ter feito, descansei das gracinhas do meu querido pai e perdi muitas aulas. Mas como estudo na UFMA, desses quase 15 dias que fiquei por aqui, so perdi oficialmente duas aulas de uma das cadeiras. Esse professor é meio "lenda" e só aparece quando decide fazer algo diferente na vida...
Jimmy ta imenso e diferente do que eu pensei, ele me reconheceu! Ficou encarregado de me acordar todos os dias da forma mais carinhosa possível: pulando na minha cama brutalmente e quase que me matando do coração. Ele é um amor de cachorro, apesar de louco. Já consegue ficar o dia inteiro em casa sem muitos problemas, só que quando aparece alguém de fora ele pira! Fica latindo até o momento que a visita decide se retirar.
Mamis continua toda perfeitinha, assim como meu padrasto. A Cau new hair agora é uma universitária e não tem mais tempo nem pra peidar em paz. Mas é assim, não parece mas ela ja é adulta! Conversar com ela vai se tornar cada vez mais dificil enquanto eu estiver em São Luis, e eu vou sofrer, sei que vou [drama?! nah..]
Nem preciso dizer o quanto gosto de estar por aqui. Por outro lado, sinto muita falta até das chatices mais estressantes do meu querido pai, vai entender. Fora que parece que é so eu decidir ficar uns dias fora que todo mundo começa a se divertir loucamente, me deixando só na saudade! E fazem questão de dizer o quanto gostariam que eu estivesse junto, vê se pode?! Eu tô voltando e espero imensamente que os programas super legais ainda estejam de pé, ahn?!
Do mais, nada de muito impressionante e/ou grave pra se destacar. Minha vida anda um tanto monótona, mas ja estou tentando providenciar um acontecemento pelo menos [mentira].
Passei um bom tempo sem atualizar, fiquei meio que com preguiça. Tentarei ser mais presente, juro! Tô até pensando em dar uma arrumada aqui, mudar tudo de lugar, tirar o pó e deixar o sol entrar [momento poético desnecessário]. Mesmo sem ter muito a dizer, atualizarei este blogezito com mais frequência. Mas isso eu nem precisava dizer né?! Os últimos posts não foram assim muito recheados de acontecimentos...
É isso! Volto depois pra contar como foi a viagem e como fiz pra manter um clima aparentemente agradável com o meu "colega de estrada". Falei que viajarei sozinha com um amigo da minha mãe por aproximadamente 10 horas?! Pois é não vai ser assim muito legaaaal não. Mas pelo menos não fico naquela expectativa de saber quem seria o dono da poltrona ao lado, rezando pra não ser uma criança participativa ou um velho que ronca e com mau hálito. Sem contar que serei deixada na porta de casa sem maiores preocupações.
Viram?! Eu tô aprendendo a ver o lado positivo das coisas!

31 julho, 2006

De volta pra casa.

Hoje às 13:43 estarei dentro do trem, ainda acordada tentando escolher algo pra almoçar. Isso na melhor das hipóteses, claro. Quem sabe ainda estarei na estação com muito calor e fome, esperando por tempo indeterminado a chegada do trem.
Terei o dia inteiro pra ouvir todos os cds que tenho [ou quase todos], dormir e pensar em tudo que já me aconteceu até o dia de hoje. Pena que não consigo ler durante as viagens, me da um enjôo so de me imaginar arriscando algumas frases. Mas o que me preocupa realmente durante essas longas horas é o fato do celular ficar o tempo todo fora da área de serviço. Eu não teria pra quem ligar, não tenho créditos nem pra dar um mero toque, mas sempre me estresso com isso. Vai que de repente acontece alguma coisa e eu tenho que avisar alguém né?! Paranóica? Quem?
Ficar sem conversar com ninguém durante todo esse tempo tambem não me deixa nada feliz. Tá, de repente vai que alguém super legal senta exatamente na poltrona ao lado?! Mas se tratando de mim, com a sorte que tenho, no máximo sentaria uma senhora que dorme a viagem inteira me proibindo de sair da poltrona toda vez que precisar. Mas tudo bem, sendo assim eu nem poderia reclamar. Qualquer coisa é melhor do que criancinhas felizes e/ou escandalosas.
Outra coisa preocupante é a comida. Ter que depender da lanchonete no trem durante a viagem toda é coisa de gente que não tem com o que gastar dinheiro. Minha mãe sempre me dá o suficiente pra comer a cada dois segundos, mas eu sempre guardo, claro! Afinal a vida continua depois da viagem...Então sempre pego na despensa de casa mil biscoitos e pronto, problema resolvido. Claro, depois de umas seis horas eu não suporto mais nem o cheiro e sempre fico tentada a comprar o hambúrguer de R$ 3,50 [caro pra um hamburguer de carne, pão e uma mísera folha de alface, não?]. Mas eu penso em tudo que posso fazer com o que sobrar da grana, daí a vontade passa.
A programação da tv não é das melhores. Propagandas da Vale do Rio Doce a cada dois segundos, filmes muito antigos e desenhos educativos. Pra quem já não gosta de tv como eu, complica ainda mais. Por isso sempre que venho por aqui, volto com uns 5 cds a mais. Não posso esquecer de comprar pilhas, não posso! [pegando o celular e colocando um lembrete] Até choraria se isso acontecesse...
Falando nisso, um mp3 player seria de bom uso. Alguém quer me dar um de presente?!
Se tudo der certo, chegarei em São Luis por volta das 22:00 horas. Exausta, apertada e completamente sem sono, claro. Dormir o dia todo cansa, todo mundo sabe disso. Esperarei no mínimo uns 20 minutos pelo meu pai super engraçadinho, ele sempre faz isso. Chegarei em casa, jogarei a mala num canto e pronto! Quem me dera poder usar o pc o resto da noite, mas isso não me é permitido naquela casa durante a semana. Então responder scraps e ler comentários daqui só na quarta, que legal.
Falando em quarta, tenho uma prova e um seminário pra terminar de oganizar...
Oh God!
Enfim, tudo voltará ao seu normal.
Ainda bem [?]

29 julho, 2006

''Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!''

Vaidade - Florbela Espanca



[Só tirando o pó. Na falta de inspiração, vai isso mesmo...
Juro que volto com um post de verdade, só preciso gostar do que escrevo novamente.]