18 outubro, 2006

Bonecas são tristes.

Ao entrar no quarto a menina percebe que uma de suas bonecas tem lágrimas nos olhos. No mesmo instante ela se aproxima e pergunta:

- Por que choras bonequinha?

[silêncio]

A garotinha insiste:

-Você é uma das mais belas bonecas que tenho. Adoro seu cabelo cheio de cachinhos que se prendem por esse laço de fita alaranjado. Seu vestido tem flores do campo na sua estampa e rendinhas por baixo. Seus sapatinhos dão um ar de formosura por serem tão pequenos. Você tem um lindo sorriso estampado, bochechas rosadas e seu olhar brilhante! Sem contar o seu perfume, tem um aroma tão agradável e marcante que chega a se espalhar pelo meu quarto. Por que mesmo assim estás tão triste?

[silêncio]

- Sabe boneca, eu compreendo a sua dor. Ninguém te deixou escolher qual vestido usar, qual sapato calçar. Nem ao menos te deixaram decidir qual laço de fita iria adornar seus belos cachos. Tampouco lhe permitiram sentir dor ou frio, ou ainda demonstrar o que realmente sentia. Seu perfume pouco a pouco se perde no ar sendo substituído por mofo e poeira. E por mais belo que seja seu sorriso e brilhante o seu olhar, você é apenas mais uma das muitas bonecas que coleciono nessas minhas prateleiras tristes e que um dia serão esquecidas assim que eu perceba que finalmente cresci.

A boneca continuou ali, estática e com os olhos cheios de lágrimas. A menininha compreendeu que não poderia fazer nada que pudesse confortá-la. Então a deixou em cima da sua cama, perdida entre ursos de pelúcia e travesseiros.

Bonecas são tristes.
Sim, sei que são.

15 setembro, 2006

Sabe quando você conhece alguém e percebe de repente o quanto ela pode ser importante pra você?
Ou como depois de descobrir isso você e essa pessoa não conseguem ficar muito tempo sem trocar algumas poucas palavras?
Quando tudo que você quer é estar perto dela custe o que custar?
Sente que aquela aparente distância não representa nada perto do que vocês sentem um pelo outro?
Ou quando você começa a imaginar como tudo poderia ser perfeito se esse alguém estivesse ao seu lado?
.
.
.
Pois é.
No cinema sempre da certo. Ou não.
Um dia quem sabe...

05 setembro, 2006

Ela gosta de observar quem esta a seu redor. Não julga, não se assusta com nada.
Apenas observa.
Já nem liga mais que a achem estranha por estar sempre naquele mesmo banco. Somente ela sabe da paz que a senhora de vestidos sempre azuis transmite quando vem alimentar os pombos, da adrenalina que sente ao ver mais um jogo de damas dos velhinhos, da saudade de sua infância ao admirar as criancinhas no parque.
Ninguém nunca entenderia.
Não que ela queira estar sempre só, não é isso. É que conversar as vezes se torna tão complicado, pessoas são complicadas, tudo é complicado.
Quase tudo.
Aquela praça é simples, leve. É só parar, respirar e ver.

29 agosto, 2006

E falando em Murphy...

O dia começou aparentemente normal. Acordei da maneira que mais amo na vida, por causa do celular tocando. Atendi meio que tonta:

-Flá, tu ainda ta dormindo?

-Eu acho que não mais...

Era uma amiga minha, daquelas que já ultrapassaram a linha da intimidade a muito tempo e tem permissão de me ligar a qualquer hora sem despertar meu ódio eterno [juro!]. Ela estava meio desesperada e precisava de um ombro amigo. E eu como uma boa adepta da cor laranja ["que tem sabor de amizade" segundo a graaande Xuxa] me prontifiquei a encontrar com ela assim que entendesse o que seria do meu dia.
E assim fiz! Encontrei com a pessoa desesperada, fiquei por lá até a hora do almoço e depois fui cumprir meu papel de boa neta de toda semana, almocei com meus avós e de lá fui pra UFMA. Andar de ônibus tem sido um tormento pra mim, meus fones de ouvido pifaram de vez, então não tenho mais como fugir de diálogos sem sentido com estranhos, coisa que comigo sempre foi muito comum.
Enfim, depois de passar meus queridos 50 minutos ouvindo uma senhora dizer porquê sempre escolhia aquele horário pra pegar ônibus, finalmente cheguei na faculdade a tempo de assistir a aula inteira. Feliz?! Sim, seria se eu não estudasse na UFMA e mais ainda se não fizesse Serviço Social.
Só quem estuda lá sabe que não é legal pegar o Campus de 13:30. Pior é chegar lá exatamente 14:00 hrs e perceber que não tem mais aula até às 17:40...Se eu não fosse pobre, voltaria pra casa, mas esse definitivamente não é meu caso. Então fiquei por lá conversando com as pessoas, até que descobri que teria uma tal de “calourada”. Anos e anos que eu não sei o que é pirar numa festinha de faculdade..

-por que não ficar nessa né?

Pois é, assim ficou decidido. Na hora marcada encontrei com todas as pessoas e fomos pra lá à procura de um pouco de diversão. Doce ilusão...assim que chegamos por lá a luz vai embora! Ok, fazer o que?! Decidimos então ir pro Reviver, afinal lá sempre tem coisas divertidas pra se fazer.

De fato foi até, mas não pude ficar por lá até muito tarde, afinal eu não tenho carro. Seria simples se não se tratasse da minha vida, não? Quando cheguei na parada levei um susto! Milhões de pessoas esperando o mesmo ônibus que eu. E não estou falando de pessoas comuns, estou falando de gente que esta saindo de casa a caminho de uma farra, com aquela adrenalina toda. Fiquei apavorada, mas fazer o que...
Lá estava Flavita, segurando sua bolsa e tentando não demonstrar desespero quando alguém diz: "tu faz que curso na UFMA?". Por uns dois segundos detestei ter ouvido isso, não precisava de mais uma conversa sem sentido na volta pra casa. Só que quando vi, era uma "desconhecida íntima", já tinha visto ela em todos os lugares só que não nos falávamos.
Estávamos as duas apavoradas e isso fez com que a conversa fluísse naturalmente. Quando entramos no ônibus foi terrível! Aquelas pessoas loucas batiam no teto, nas janelas, pulavam, gritavam e cantavam. A bagunça era tamanha que o motorista parou, e começou a gritar com todo mundo chegando até dizer que não iria sair dali.

-eu só quero chegar em casa moço!

Ai como eu me arrependo de ter dito isso!
Não agüentamos a pressão e decidimos descer. Eram aproximadamente 22:40, mas nem pensamos que poderia ser mais perigoso lá fora. Descemos depois de gritar muito pedindo pro motorista parar [ele já tinha decidido não abrir a "porra da porta" até que todo mundo parasse com aquela "zoada desgraçada do caralho"].
Os minutos que esperamos pelo próximo ônibus foram um tanto longos, mas a recompensa foi imensa. Um outro carro vazio, com direito até a poltronas à nossa disposição chegou e todo esforço valeu a pena.
Não fiquei na calourada da UFMA, não conheci gente nova, não bebi, não fiz nada do que tinha planejado o dia inteiro. Mas de uma certa forma as coisas se saíram bem, né?! Afinal pude ajudar uma super amiga, encontrei mil pessoas, não precisei olhar a cara cínica do meu professor de estatística e de quebra ainda conheci uma alguém super legal que na realidade sempre esteve "por perto".
Murphy é meu amigo, claro! Eu sou amiga de todos, por que dele não?!

P.S¹.: Camila, que tal um passeio de Calhau essa sexta de novo?!
xD
P.S².: Lary, amo-te.

16 agosto, 2006

Eu não sou a pessoa mais corajosa do mundo, admito. Mas poucas coisas conseguem me deixar num estágio de pânico absoluto, a ponto de querer chorar, correr, arrancar os cabelos, morrer [exagero] enfim, acho que já entenderam o que quero dizer né?! Pois bem, na minha lista "Coisas que assustam Flavita a Valer" estão: ladrão [morro de medo de ser assaltada], viajar de ônibus e barco e sapos ou qualquer tipo de anfíbio.

Sim, eu sei que sapos não fazem nada além de ficar pulando pra lá e pra cá. Não tenho conhecimentos profundos à respeito da fisiologia desse tipo de animal [é fisiologia mesmo?!] e nem quero, mas sei que alguns deles tem um veneno que só é expelido se for pressionado e isso definitivamente não me preocupa, até porque eu não consigo estar a dez metros de algum sapo sem ter um ataque histérico, imagina ter que apertar um a ponto de ser atingida pelo veneno do mesmo.
[só de imaginar isso ja fico suando frio]

A razão de estar falando disso agora é bem simples: eles me perseguem. Sim, só pode! Eu posos estar com mais 30 pessoas andando num gramado imenso durante a noite que eu, exatamente eu encontro/tropeço num. Freud deve explicar isso, ou então Murphy. Sinceramente penso ter recalcado algum trauma na infância ou seja, lá estava Flavitinha feliz brincando no terraço de casa, quando de repente um sapo terrivelmente imenso apareceu e a coitadinha ficou tão, mas tão assustada que acabou esquecendo esse acontecimento, o qual se manifesta toda vez que vê algum sapinho por aí sob forma de pavor incontrolável.

Ele não é bonito, diz aí!

Morei durante muito tempo numa casa que tinha um terraço imenso, mil plantas e claro mil sapos. Era um tormento, eu vivia estressada, apavorada e vez ou outra tinha um ataque histérico. Exageros à parte, eu detestava aquilo tudo. Ir morar num apartamento foi a melhor coisa que me aconteceu afinal, ficaria livre desse animal nojento para todo o sempre.

Eu achava isso até vir morar aqui com meu pai. Pra quem não sabe, o apartamento dele é no térreo ou seja, não é apartamento. É terrível, todo mundo que passa na rua consegue ver até o que estamos assistindo na tv! Mas enfim, voltando ao assunto..

Aqui eu voltei a viver eternamente assustada. Vez ou outra uma rã daquelas bem pequenas invade o apartamentom tirando completamente a minha paz e claro, a de todas as pessoas que moram comigo. E claro, ela nunca aparece na cozinha, na sala...pra que né?! O local escolhido por ela é o meu banheiro. E é sempre do mesmo jeito: eu entro calmamente, ligo a luz e ela pula pra algum lugar que eu possa ver com clareza que ela esta de fato ali. Então eu começo a gritar loucamente, a chorar, saio correndo e tudo so fica bem quando meu querido pai tira o "hóspede" de dentro de casa. Geralmente as coisas não são tão simples assim, tem todo um processo que começa no momento do meu susto até quando eu finalmente convenço meu pai que não vou conseguir viver com uma rã dentro de casa.

Isso aconteceu ontem às 3:00 da manhã. Imaginem a felicidade de todo mundo daqui...

Mas ah, eu tenho medo uai! É mais forte que eu.

^^

02 agosto, 2006

Mudança de planos

Acordei na hora marcada, tinha tudo arrumado como deveria estar, passagem em mãos, o que poderia dar errado?! Pois bem, eu passei mal minutos antes de sair de casa. O que fazer então?! Tentar trocar a passagem e adiar a minha volta pra casa e com isso todos aqueles sofrimentos que só uma viagem longa pode proporcionar.
Agora tudo que sei é que no lugar de todas as "regalias" do trem, o que me espera é uma longa estrada durante o dia inteiro. Uma super carona apareceu de repente ou seja, nada de ficar com o troco do "almoço" no trem. Mas tudo bem, tudo bem fazer o que né?! Só terei que deixar meu super bom humor e simpatia mode ON e arrumar assunto pra conversar durante todas as horas de viagem, que legal! [não sei porque, mas essa mudança de planos não me deixou muito contente...]
Por aqui a rotina não é das mais agitadas, mas não tenho do que reclamar. Fiz todos os exames que deveria ter feito, descansei das gracinhas do meu querido pai e perdi muitas aulas. Mas como estudo na UFMA, desses quase 15 dias que fiquei por aqui, so perdi oficialmente duas aulas de uma das cadeiras. Esse professor é meio "lenda" e só aparece quando decide fazer algo diferente na vida...
Jimmy ta imenso e diferente do que eu pensei, ele me reconheceu! Ficou encarregado de me acordar todos os dias da forma mais carinhosa possível: pulando na minha cama brutalmente e quase que me matando do coração. Ele é um amor de cachorro, apesar de louco. Já consegue ficar o dia inteiro em casa sem muitos problemas, só que quando aparece alguém de fora ele pira! Fica latindo até o momento que a visita decide se retirar.
Mamis continua toda perfeitinha, assim como meu padrasto. A Cau new hair agora é uma universitária e não tem mais tempo nem pra peidar em paz. Mas é assim, não parece mas ela ja é adulta! Conversar com ela vai se tornar cada vez mais dificil enquanto eu estiver em São Luis, e eu vou sofrer, sei que vou [drama?! nah..]
Nem preciso dizer o quanto gosto de estar por aqui. Por outro lado, sinto muita falta até das chatices mais estressantes do meu querido pai, vai entender. Fora que parece que é so eu decidir ficar uns dias fora que todo mundo começa a se divertir loucamente, me deixando só na saudade! E fazem questão de dizer o quanto gostariam que eu estivesse junto, vê se pode?! Eu tô voltando e espero imensamente que os programas super legais ainda estejam de pé, ahn?!
Do mais, nada de muito impressionante e/ou grave pra se destacar. Minha vida anda um tanto monótona, mas ja estou tentando providenciar um acontecemento pelo menos [mentira].
Passei um bom tempo sem atualizar, fiquei meio que com preguiça. Tentarei ser mais presente, juro! Tô até pensando em dar uma arrumada aqui, mudar tudo de lugar, tirar o pó e deixar o sol entrar [momento poético desnecessário]. Mesmo sem ter muito a dizer, atualizarei este blogezito com mais frequência. Mas isso eu nem precisava dizer né?! Os últimos posts não foram assim muito recheados de acontecimentos...
É isso! Volto depois pra contar como foi a viagem e como fiz pra manter um clima aparentemente agradável com o meu "colega de estrada". Falei que viajarei sozinha com um amigo da minha mãe por aproximadamente 10 horas?! Pois é não vai ser assim muito legaaaal não. Mas pelo menos não fico naquela expectativa de saber quem seria o dono da poltrona ao lado, rezando pra não ser uma criança participativa ou um velho que ronca e com mau hálito. Sem contar que serei deixada na porta de casa sem maiores preocupações.
Viram?! Eu tô aprendendo a ver o lado positivo das coisas!

31 julho, 2006

De volta pra casa.

Hoje às 13:43 estarei dentro do trem, ainda acordada tentando escolher algo pra almoçar. Isso na melhor das hipóteses, claro. Quem sabe ainda estarei na estação com muito calor e fome, esperando por tempo indeterminado a chegada do trem.
Terei o dia inteiro pra ouvir todos os cds que tenho [ou quase todos], dormir e pensar em tudo que já me aconteceu até o dia de hoje. Pena que não consigo ler durante as viagens, me da um enjôo so de me imaginar arriscando algumas frases. Mas o que me preocupa realmente durante essas longas horas é o fato do celular ficar o tempo todo fora da área de serviço. Eu não teria pra quem ligar, não tenho créditos nem pra dar um mero toque, mas sempre me estresso com isso. Vai que de repente acontece alguma coisa e eu tenho que avisar alguém né?! Paranóica? Quem?
Ficar sem conversar com ninguém durante todo esse tempo tambem não me deixa nada feliz. Tá, de repente vai que alguém super legal senta exatamente na poltrona ao lado?! Mas se tratando de mim, com a sorte que tenho, no máximo sentaria uma senhora que dorme a viagem inteira me proibindo de sair da poltrona toda vez que precisar. Mas tudo bem, sendo assim eu nem poderia reclamar. Qualquer coisa é melhor do que criancinhas felizes e/ou escandalosas.
Outra coisa preocupante é a comida. Ter que depender da lanchonete no trem durante a viagem toda é coisa de gente que não tem com o que gastar dinheiro. Minha mãe sempre me dá o suficiente pra comer a cada dois segundos, mas eu sempre guardo, claro! Afinal a vida continua depois da viagem...Então sempre pego na despensa de casa mil biscoitos e pronto, problema resolvido. Claro, depois de umas seis horas eu não suporto mais nem o cheiro e sempre fico tentada a comprar o hambúrguer de R$ 3,50 [caro pra um hamburguer de carne, pão e uma mísera folha de alface, não?]. Mas eu penso em tudo que posso fazer com o que sobrar da grana, daí a vontade passa.
A programação da tv não é das melhores. Propagandas da Vale do Rio Doce a cada dois segundos, filmes muito antigos e desenhos educativos. Pra quem já não gosta de tv como eu, complica ainda mais. Por isso sempre que venho por aqui, volto com uns 5 cds a mais. Não posso esquecer de comprar pilhas, não posso! [pegando o celular e colocando um lembrete] Até choraria se isso acontecesse...
Falando nisso, um mp3 player seria de bom uso. Alguém quer me dar um de presente?!
Se tudo der certo, chegarei em São Luis por volta das 22:00 horas. Exausta, apertada e completamente sem sono, claro. Dormir o dia todo cansa, todo mundo sabe disso. Esperarei no mínimo uns 20 minutos pelo meu pai super engraçadinho, ele sempre faz isso. Chegarei em casa, jogarei a mala num canto e pronto! Quem me dera poder usar o pc o resto da noite, mas isso não me é permitido naquela casa durante a semana. Então responder scraps e ler comentários daqui só na quarta, que legal.
Falando em quarta, tenho uma prova e um seminário pra terminar de oganizar...
Oh God!
Enfim, tudo voltará ao seu normal.
Ainda bem [?]

29 julho, 2006

''Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!''

Vaidade - Florbela Espanca



[Só tirando o pó. Na falta de inspiração, vai isso mesmo...
Juro que volto com um post de verdade, só preciso gostar do que escrevo novamente.]

23 junho, 2006

Catástrofe, destruição, fumaça, correria, caos.
Parece que tudo que construí está desabando diante de meus olhos. Tudo aquilo que pensava ter pra sempre se desfez, nada mais existe. Acho que sempre previ que tudo fosse ruir; estou calma. Vejo tudo desmoronando e não consigo sentir medo, angústia. Não sinto nada. Alívio? Acho que sim, em partes. Pouco posso fazer. Vejo os destroços pelo chão e tento encontrar algo para levar comigo. Qualquer objeto que represente o que agora não passa de cacos espalhados por todo lugar.
Fica cada vez mais complicado caminhar. A fumaça dificulta minha respiração e a poeira me impede de ver além. Enquanto tento encontrar um local seguro, penso em como tudo parecia ser perfeito antes. Lembro de sorrisos, gestos, sonhos, promessas. Nem o som ensurdecedor de tudo desmoronando e o cheiro insuportável de querosene faz com que eu esqueça das cores, da música, do perfume de outrora.
Ouço mais uma explosão e percebo que ainda estou correndo perigo. Sei que posso ser atingida a qualquer momento por um destroço. Começo a sentir medo. Me abaixo com o intuito de me proteger de possíveis pedras que "voam" por todos os lados e ao encarar o chão encontro uma fotografia envelhecida. Reconheço aquelas pessoas, relembro aquele momento então retratado. Senti uma enorme culpa... "por que abandonei tudo que acreditava ser importante? Por que calei?" Não cansava de me questionar. Lágrimas. O que fazer? Ainda poderia acreditar num recomeço? O erro foi só meu afinal? Guardo a fotografia no bolso mesmo sabendo que olhar para ela só me causa dor.
Estou sentada no chão. Olho em volta e pouco a pouco reconheço outros objetos: encartes, cadernos, livros, muitas páginas soltas. Silêncio. De repente nada mais acontece. Percebo que a fumaça se dissipa e que o ar fica cada vez mais leve. Fico angustiada, a certeza de que tudo acabou me desespera. Porém, pensar no final faz com que de repente eu não sinta mais nada. Estou vazia. Guardo no bolso uma fotografia que representa uma realidade distante. Não tenho o que esperar, não faço planos. Vejo que tudo foi destruído, sei que nada posso fazer além de procurar um lugar seguro. Sinto medo. De que tudo que penso estar destruído não tenha sido real.
Recomeço a caminhar então. Percebo que ao longe algumas pessoas esperam por mim. Estou distante mas consigo reconhecer alguns rostos, algumas vozes. Olho para trás e vejo aquelas ruínas, procuro por alguém em vão. Tiro a fotografia do bolso outra vez e me perco por um instante naquelas lembranças.
Finalmente percebo que não vale a pena tentar encontrar vida naqueles escombros, afinal guardo no bolso o melhor daqueles dias. Ao caminhar o medo vai sendo substituído por uma doce saudade, que me faz sentir vontade de seguir em frente.
Preciso apressar o passo. A vida espera por mim.

01 junho, 2006

Pode clicar na imagem, eu deixo!


E depois digo por aí que não sei dançar!
Tsc tsc...
Esse post sem sentido tem sim uma justificativa: são quase 4:00 da manhã, somos loucas e nos divertimos com qualquer coisa oras!
Percebam o quão bela é a janelinha da nossa conversa! Sim, o desenho é dela. Muito talentosa, não?! Caramello, eu já disse que te amo?!
^^
Acho que brevemente terei novidades, aguardem. Por enquanto deixo todos na expectativa mesmo, afinal não tenho muito o que fazer. Só não tentem me deixar curiosa, isso me estressa muito, ok?!
Eu não esqueci que tenho um blog, mas me falta inspiração como podem perceber...

13 maio, 2006

Lar doce casa!

Sábado à tarde, nada pra fazer então decidi postar. Mesmo sem nenhuma novidade emocionante, mesmo não acontecendo nada de muito interessante e mesmo sem ter muito a acrescentar na vida de cada um de vocês, aqui estou.

Já falei que comecei o estágio?! Aliás, "estágio". Num complexo "DST/AIDS" daqui de Imperatriz, acompanhando o "Grupo Adesão" mais precisamente. Todos os dias participo das reuniões onde os pacientes trocam experiências, falam de suas vidas, seus desafios enfim. Sendo que a psicóloga do programa sempre pergunta se algum dos pacientes se sente à vontade com a minha presença [o grupo é formado apenas por soropositivos], caso algum se sinta intimidado tem o direito de pedir educadamente que eu me retire de lá. Sim, eu sempre fico com um medo desgraçado de ser convidada a sair da sala mas até hoje todos tem sido muito amigos comigo [a pessoa quando tem carisma, não tem jeito...]

Quando não estou por lá ou fico na frente do PC, ou estou dormindo, ou estou andando com as poucas pessoas que conheço nessa cidade à procura do que fazer - nunca encontramos nada de muito emocionante, mas a gente tenta! Mas pra falar a verdade pra mim nem faz tanta diferença se estou em casa ou saindo loucamente. É tão bom estar numa casa onde não tem nenhum engraçadinho só reclamando o tempo inteiro de tudo que eu faço!

A única preocupação aqui é só o fato de Jimmy ser completamente sem noção. Agora por exemplo ele derrubou o lixo da salinha, rasgou duas revistas de mamãe, desenrolou o papel higiênico do meu banheiro, fez cocô na sala e agora esta tentando subir no sofá pra destruir as almofadas. Bom, pelo menos nesse momento consigo usar o computador sem um ser mordendo meus pés e latindo loucamente. Mas tirando isso tudo ele é um amor, juro! Dormindo é uma fofura só...

Mas uma coisa aqui me estressa muito, alias duas: o calor infernal e o barulho. Quanto ao calor nem preciso dizer muita coisa né?! Estou em Imperatriz, ou seja, nada de vento, sol intenso e muito, muito, muito calor. E pra isso só existe uma solução: ar condicionado. Sim, porque até o ventinho que sai do ventilador é quente! Ó ceus...

A casa aqui fica em frente a mil bares que estão sempre cheios de segunda a segunda [eu acho que as pessoas aqui não tem muito o que fazer, né?]. Lá todo mundo tem liberdade de ouvir o som que quiser, desde que tenha um carro com um super som no porta-malas. Resultado: se eu estiver na sala ouço forró, no quarto aquele pagodinho pra descontrair, na cozinha uma baladinha clássica dos anos 80 [...and i need you now tonight, and i need you more than ever, and if you'll only hold me tight...], na varanda aquele brega e por aí vai. Ou seja, assistir tv, ouvir música, conversar pra que?!!?! Mas eu tô reclamando de barriga cheia, afinal quando dá meia-noite o som acaba, isso nos dias de semana. Sexta, sábado e domingo zona continua enquanto alguém tiver dinheiro pra garantir uma braminha.

Mas como disse antes, é muito bom estar aqui. Ainda vou ficar por um tempinho, pra minha felicidade. Mas eu volto, juro que volto! Até porque tudo que eu mais quero nessa vida é terminar esse curso e dar um rumo à minha vidinha sem noção.
Falando em rumo, todo mundo aqui quer me ver feliz?! Eu preciso de exatos R$836,00 para tal. Ah, o que é isso perto da honra de me fazer a pessoa mais contente do mundo né?! Sei que posso contar com meus amiguinhos queridos, né?! [quem ta iludida aqui, quem?!]

Prometo pensar em algo realmente bom pra postar aqui depois. Agora preciso ir arrumar a bagunça que aquele cão deixou em menos de 15 minutos, antes que todos queiram me colocar no primeiro ônibus de volta pra São Luis porque afinal, eu que soltei o cachorro...

Aproveitem o dia de amanhã com suas mães e/ou com seus filhos! Domingo é o dia internacional da "comilança" e família reunida é o que há em matéria de diversão [viu?! eu não consigo entender pq me chamam de sarcástica!].

05 maio, 2006

Uhn...

Anos sem postar, ahn?! Sabe como é, tenho uma vida muito movimentada daí não tenho tempo de ficar aqui no pc (ha ha ha, nossa como eu sou engraçada...). A verdade é que meu computador morreu mais uma vez e nas últimas semanas minha vida se resume a trabalhos, provas e afins.
A última vez que saí de verdade foi pro MT4 e lá não aconteceu nada de extraordinário, aliás...er...é, nada demais! A Cau veio nos dar o ar da graça, afinal quem precisa fazer a segunda etapa do PSG quando se passa pra pedagogia em 10º lugar, né?!

Nem vou comentar nada sobre os shows, seria desnecessário. Em todos os fotologs da "galera do metal" da cidade só se fala sobre tudo que aconteceu naquela Studio, desde os shows até às intrigas e fofocas.

Então eu falo sobre o que?! Raciocinar depois de uma viagem de 11 horas dentro de um trem, com duas criancinhas gritando na poltrona ao lado o tempo todo é complicado. Mas fazia tanto tempo que não dava o ar da graça, né?! Não sei se alguem sentiu falta dessas minhas postagens sem sentido, eu quis postar mesmo sem ter o que dizer e fim de papo! [momento "Eu sou dramática" mode ON].

Uhn...AH! Para os que não sabem, estou em Imperatriz, passarei quase um mês aqui com a minha mama, a Cau, o meu padrasto e com Jimmy!!! Alias, nos conhecemos hoje mesmo, rolou aquela timidez inicial mas depois de dois segundos ele já estava querendo arrancar meu dedão. O que mais me alegra é saber que poderei acordar a hora que eu quiser, ficar no pc o tempo que decidir [se a não tiver na "vez" da Cau, claro], enfim! Isso quando eu não estiver no hospital com a coordenadora do curso de S.S. daqui coletando informações para finalmente dar início à minha querida monografia. É, acho que não vou ter muito tempo livre, mas eu posso me iludir só por hoje, né?! E verdade seja dita: quem precisa de férias?! Quem?! Exatamente por isso fiquei feliz em saber que minha mãe me inscreveu numa semana acadêmica aqui, terei palestras até domingo! Aê, que divertido...[as pessoas dizem que eu sou sarcástica, mas não entendo a razão disso].

Pra quem não tinha nada de interessante e polêmico pra escrever, esse post já tá de bom tamanho, né?! Mas falando em polêmico, alguem mais concorda que os assuntos que mais "rendem" numa conversa são: falar mau dos outros, sexo e sobre comida?

Falando em sexo, li outro dia no blog da Taly, a respeito das "mau comidas" e tudo realmente faz sentido, inclusive acrescento: elas são a desgraça da vida de qualquer um!!!! Pronto, disse...
Tô tentando concluir esse post, mas não consigo! Outro dia uma professora me disse que eu deveria tentar "enxugar" meus textos ou seja, escrever menos. Deve ter dito isso por que eu fico dando voltas e não consigo encerrar minha linha de raciocínio, daí fico enrolando, enrolando, tipo agora que tô escrevendo mas não tô dizendo nada e vc continua lendo na esperança de que eu fale algo de útil, o que não vai acontecer pq eu não tenho nada de importante pra escrever, então continuo aqui até que o parágrafo termine como começou: sem nada de sentido e porra nenhuma de utilidade.

^^

Chega por hoje!
Prometo posts melhores.

Só mais uma coisa: alguem tambem esta com medo do seu celular explodir a qualquer momento?!

Paranoia?! Quando?!

24 abril, 2006

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Pois metade de mim é o que eu grito, a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que triste.
Que a mulher [pessoa*] que amo seja pra sempre amada, mesmo que distante.
Pois metade de mim é partida, a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Pois metade de mim é o que ouço, a outra metade é o que calo.
Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e paz que mereço.
Que a tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso, a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso que me lembro ter dado na infância.
Pois metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito e que o seu silêncio me fale cada vez mais.
Pois metade de mim é abrigo a outra metade é cansaço.
Que a arte me aponte uma resposta mesmo que ela mesma não saiba e que ninguém a tente complicar. Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer.
Pois metade de mim é platéia a outra metade é canção.
Que a minha loucura seja perdoada.
Pois metade de mim é amor.
E a outra metade também".
Belas palavras, não?! Infelizmente não são minhas, mas falam por mim.
Oswaldo Montenegro - Metade.

22 abril, 2006

Isso é coisa de Seu Sasá!

Sábado à tarde, aziada, sem nenhum plano pro resto do dia, resolvemos eu e meu amigo Capeta ir lanchar no Big Gago. Fiquei toda feliz e saltitante, pensando numa forma "menos complicada" de chegar lá.
Marcamos às 17:00, me arrumei a tempo e liguei pro meu pai comediante na esperança de conseguir uma carona. Ele concordou em me levar lá com uma rapidez que logo entendi que algo errado teria que acontecer.
Esperei cinco minutos, dez, vinte...nada do engraçadinho aparecer. Não pensei duas vezes, decidi ir andando antes que ficasse muito tarde. Peguei minhas coisas e saí de casa quase correndo, afinal o relógio já marcava 16:45.
De onde eu moro até a lanchonete onde o Senhor das Trevas me esperaria, levo no máximo uns 15 minutos de carro, talvez até menos, não tenho muita noção. Saí de casa dez minutos antes do horário marcado, com a intenção de chegar a tempo só que com um pequeno detalhe: iria à pé.
Atrás do meu "condomínio" tem um atalho até onde poderia pegar um super ônibus e chegar lá muito rápido. Mas tem um porém, o caminho é lama pura! Mas a pressa me fez perder um pouco o juízo e decidi ir mesmo assim.
E lá foi Flavita, pelo atalho toda contente, quando no meio do caminho se revela uma lagoa de lama. Olhei, pensei mil vezes em voltar e disse pra mim mesma : "não dá, vou voltar". Daí aparece uma enviada dos infernos e diz "dá sim, eu vou!". Quando virei, vi uma mulher indo em direção aimensa lagoa de lama, tentando encontrar terra firme em meio aquela água barrenta. Então no mesmo instante, pensei "se ela pode, eu também posso!" e fui tentando não cair de cara naquela sujeira toda.
Já quase pelo meio do caminho, sentindo o coração vibrar de felicidade e principalmente limpa,
a mulher escorrega e tenta se segurar em mim. Sim, aconteceu isso! Me sujei TODA daquela lama. Fiquei louca, esculhambei a pobre mulher. Ela se sujou beem mais que eu, mas não interessa! Eu já estava mais uns 15 minutos atrasada, podia sentir o ódio do Capeta em pessoa ali perto de mim.
Voltei pra casa correndo igual a uma pescadora de carangueijo, puta da vida e atrasada. Tentei me limpar de maneira ágil e rápida, mas não obtive muito sucesso. Saí de casa correndo, outra vez e com o relógio marcando 17:30.
Fui então por outro caminho, bem mais longo, muito mais para ser exata. Fui imaginando que ele nunca acreditaria nessa história, típica das coisas loucas que só acontecem comigo e tendo certeza que ele desejaria que eu queimasse eternamente no fogo dos infernos.
No caminho, lembrei que tinha um cartão telefônico [afinal, quem precisa de créditos no celular né?] e decidi ligar pro Capeta. Parei num orelhão e adivinhem!? Ele engoliu o meu cartão novinho!!! Fiquei muito, mas muito puta da vida.
Resultado: cheguei no Big Gago suada, cansada, morta de fome e atrasada³, às 18:15 aproximadamente. E o que o Capeta fez?! Sorriu e disse que estava tudo bem!
E ainda dizem por aí que ele é um cara ruim, né!? O Capeta é um super amigo e muito compreensivo! Lanchamos, conversamos e já marcamos uma volta por lá qualquer dia desses.
Claro que eu vou chegar uma hora antes e ficar plantada!
^^
Pensando bem, acho que isso tudo foi um tipo de "provação". Afinal, o Capeta precisa ter certeza que esta cercado de alguém que enfrentaria qualquer obstáculo para comer um hamburguer com ele num sábado à tarde.

Lá por volta das 20:30 meu pai me liga pra me avisar que esqueceu do nosso combinado...
É uma gracinha esse homem, não?!
[duvido que alguem leia isso tudo aqui! >.<]

20 abril, 2006

Família é um troço estranho mesmo, viu?! Principalmente no meu caso, filha de pais separados. Se encarar uma família já é complicado, imaginem ter que dividir a atenção, digo paciência, entre os parentes por parte de mãe e os por parte de pai. No meu caso, os parentes paternos são os que mais me dão trabalho. Ê família pra ter problemas viu?! É um tio que num dia ta aqui te fazendo mil elogios e no outro ta acabando contigo como se fosse o dono da razão, uma tia ex hippie que acha que todo mundo é culpado por ela não ter arrumado um emprego [só pra frisar, ela é ex hippie!!!], e por aí vai.
Nessas horas eu sinceramente me pergunto a finalidade de estar cercado de parentes. Pra mim, família deveria se resumir à pessoas que dividem o mesmo teto, que participam das despesas da casa, que sabem conviver entre si. Não estou falando do modelo tradicional de família - pai, mãe e filhos. Mas sim de pessoas que de alguma forma, conseguem estar juntas na maior parte do tempo.
Durante dois anos morei sozinha com minha irmã e com uma amiga. Dividíamos as despesas, as tarefas de casa, discutíamos às vezes mas nada que um brigadeiro e um filme não pudessem resolver. Enfim, éramos sim uma família “completa”, e nos considerávamos dessa forma.
Agora morando com meu pai e convivendo com a “galera” dele como nunca, percebo que definitivamente muito parentesco e pouco respeito são a desgraça da vida de qualquer pessoa. Não se pode ter liberdade de comprar um cd sem que pelo menos um ser apareça pra perguntar o preço [eu gostaria imensamente de estar exagerando].
A comunicação entre eles é algo que deveria ser estudado cientificamente. Tenho certeza que todos sabem dos fatos antes mesmo deles acontecerem. E se tem uma coisa no mundo que eu definitivamente odeio é me sentir obrigada a repassar um relatório de tudo que eu faço. Daí o motivo do meu stress... E eu que achava que tinha problemas tendo que escolher com qual dos pais passar os finais de semana e feriados, onde almoçar no natal e ano novo, pra qual dos pais pedir dinheiro...
Como se não bastasse ter que me acostumar a morar com um pai comediante, uma madrasta e uma super irmã de dez anos de idade, ainda tenho que aprender a lidar com todos os milhões de tios, primos, avós e afins.
É por isso que eu tenho planos de ir morar bem longe e só aparecer nas férias. Assim todos ficam com saudade e não tem tempo de discutir por coisa alguma. E melhor, cada um pode viver onde, com quem e da forma que quiser.

É, hoje o dia não foi dos mais fáceis.
Mas o que importa é que eu vi outra vez o último episódio de Dawson’s Creek e chorei de novo. Sou uma viada mesmo...
Aliás, alguém mais assistiu?!

19 abril, 2006

Alguns minutos atrás no msn com Karina:




Famoso "entendeu ou quer que eu desenhe?".

Boa Kaká!
>.<

[O sentido desse post? Sei lá..Nunca me chamem de Luciana, ok?! Pronto, pode ser isso!]

Título?! Ah, pra que?!

Lá estava eu durante a aula de Teoria, cansada de ouvir sobre o Método de Durkheim quando comecei a pensar em tudo que já tinha feito naquela faculdade. Tantas festas, bagunças, aulas trocadas por uma partida de sinuca no “seu Vitó”, reuniões na casa da galera onde geralmente fazíamos qualquer coisa menos estudar a matéria. Foi quando percebi que sentia falta da minha turma.
Como sabem, estou “sem período”, ou seja, estudo em mil turmas ao mesmo tempo e odeio todas elas. Ok, a minha não era nenhuma coca-cola: tinha o grupo das crentes e esnobes, das cdfs antipáticas e vivíamos sempre nos desentendendo. Mas o meu era sem dúvida o melhor. Nos divertíamos [muito], mas também estudávamos – na véspera, mas estudávamos!
Serviço Social é um curso onde 99,9% dos alunos são do sexo feminino, sendo que a porcentagem restante é de masculinidade duvidosa, ou seja, uma merda. Eu particularmente prefiro conviver com homens, mulher é muito “aziado”, fofoca eterna... Sofri muito em pensar nisso quando passei no vestibular, mas depois da primeira semana convivendo com Silvia, Mirela, Thays e Nathalia vi que poderia sim ser divertido.
Tantas, mas tantas histórias! Algumas certamente eu não devo contar aqui. Saudades de Sil que vivia enrolando Deus e o mundo, dos cortes de Milla – o dicionário ambulante, dos ataques de riso com Nath e das conversas sobre sexo com Tha, geralmente por bilhetes que eram rasgados depois, claro.
É, to meio nostálgica. Mas é tão estranho assistir aulas em turmas onde todo mundo ainda esta apaixonado pela “Questão Social” e nunca almoçou no Bambu. Muito entediante sem minha nem sempre querida turma. Ainda bem que sou uma pessoa legal e conheço muita gente de outros cursos (modéstia?). Do contrário já teria desistido dessa minha vida universitária.
Porque estudar é importante, mas estar numa federal e não ter histórias pra contar é sacanagem.
Falando em sacanagem, tenho mil textos pra xerocar e claro, estudar até o final da semana..
Mas e aí, vamo pro Revivas na sexta?!
Saudades meninas! Amo-as.

17 abril, 2006

Letras.
Nada além de símbolos.
Aqui juntas,
apenas o rascunho de uma vida.